A Vila Galé vai investir cerca de 20 milhões na reabilitação da Quinta da Cardiga, na Golegã, onde surgirá o hotel Vila Galé Collection Tejo - Country Resort Hotel Convention, Spa & Equestrian Sports.
Classificada como imóvel de interesse público desde 1952, a Quinta da Cardiga soma vários séculos de História. Em 1169, estas terras foram doadas por D. Afonso Henriques aos Templários, que ali ergueram um castelo integrado no sistema defensivo do Médio Tejo, do qual fazem também parte Almourol, Ceras e Zêzere.
Com a extinção da Ordem Templária, a Quinta é entregue à Ordem de Cristo. Posteriormente, no século XVI, durante o reinado de D. João III, transforma-se numa propriedade de veraneio, de cariz apalaçado, graças à intervenção do arquiteto João Castilho (que também assinou a ampliação do Convento de Cristo, em Tomar). As novas construções, incluindo áreas habitacionais, claustros, pátios e produção agrícola, tiveram por base o castelo templário medieval, de que subsiste a torre de menagem. A partir de então, por aqui passou muita da nobreza e burguesia portuguesas, até que, após a revolução liberal e extinção das ordens religiosas, em 1836, a Quinta da Cardiga foi vendida em hasta pública por 200 contos de reis. A partir de então, teve sucessivos proprietários privados até ao seu declínio e abandono a partir da 2ª metade do século passado.
Enaltecendo a História do local, o futuro Vila Galé Collection Tejo, cujos trabalhos deverão começar no 2º trimestre de 2025, vai ser desenvolvido em duas fases.
A primeira será dedicada à recuperação do núcleo principal do empreendimento, composto pelo Palácio – preservando-se os seus amplos salões, cúpulas e abóbadas seculares, bem como os múltiplos painéis de azulejos e estatuária –, Lagar e Celeiro. Mas também dos antigos edifícios das cocheiras, do picadeiro, de forma a poder receber competições oficiais, e da capela, decorada com azulejaria de padrão e retábulo de pedra na capela-mor com alto relevo da Nossa Senhora da Misericórdia.
Compreenderá 71 quartos, receção, bar panorâmico, restaurante, spa com piscina interior, salas de massagens e ginásio, piscinas exteriores para adultos, zona de lazer para crianças e campos de futebol, padel e polidesportivo, picadeiros externo e coberto e cocheiras.
Já a segunda fase, que decorrerá em 2027, será dedicada ao conjunto de edifícios a norte da Quinta da Cardiga, também desativados e em ruínas. Aqui, surgirão mais 45 quartos e um grande salão de eventos.
“Este hotel vai dar certo!” As palavras são de Jorge Rebelo de Almeida, presidente do Grupo Vila Galé.
“Queremos fazer aqui um hotel de grande qualidade, que permita atrair mais turistas e visitantes para a região. Será um resort de campo que, como não podia deixar de ser, estará muito ligado à tradição equestre. Mas também homenageará o valor histórico do Palácio e de toda a propriedade, tirando partido da sua localização e da beleza das paisagens que rodeiam. Vai dar muito trabalho, nós sabemos. Não somos tontos”, antecipa o presidente da Vila Galé.
Jorge Rebelo de Almeida sublinha que se “trata de mais um projeto de recuperação de património e, mais uma vez, no interior do país, porque queremos cada vez mais contribuir para o seu desenvolvimento, até para aliviar a carga turística que existe no litoral”. Contudo, refere que sozinhos, o Vila Galé não irá conseguir recuperar todo o património abandonado e afirma que Portugal precisa de mais investidores.
O tema será a história da Ordem dos Templários e da Ordem de Cristo.
A abertura desta unidade de 4 estrelas, que criará 40 postos de trabalho na 1ª fase, está prevista para junho de 2026 se a aprovação e licenciamento for favorável até ao fim do 1º trimestre de 2025.
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