Se o Hospital Dr. Manuel Constâncio, em Abrantes, comemorou, a 25 de outubro, o seu 36.º aniversário, o Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) celebra 20 anos de existência. Foi a 13 de novembro de 2001 que foi publicada no Diário da República a portaria que criava o CHMT que integra os Hospitais Distritais de Abrantes, de Tomar e de Torres Novas.
Na manhã desta quarta-feira, 17 de novembro, foram comemorados oficialmente os 20 anos do Centro Hospitalar do Médio Tejo, numa cerimónia que contou também com a inauguração oficial da Ressonância Magnética, que está em funcionamento no Hospital de Abrantes desde o dia 8 de setembro.
Na presença do secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes, o presidente do Conselho de Administração do CHMT, Casimiro Ramos, falou “de algo que era uma ansiedade das populações durante muito tempo e que eu tenho o privilégio de poder partilhar o momento convosco, dado que foram investimentos que foram preparados pelo Conselho de Administração anterior”. Adiantou que este investimento “só foi possível com o apoio incondicional das Câmaras Municipais da região e, em particular, das três Câmaras Municipais onde estão instaladas as unidades hospitalares, da CCDR Centro que permitiu a candidatura e o financiamento do FEDER num total de 2,7 milhões de euros financiados a 85% a fundos perdidos, onde está incluída a Ressonância Magnética de Abrantes mas também a remodelação da rede de águas deste edifício, cuja obra vai começar em breve, e ainda outros equipamentos em Tomar e em Torres Novas”.
Casimiro Ramos reconheceu que “não fiz muito para que tudo isto acontecesse mas sei da relevância e importância que estes investimentos têm para os profissionais do Centro Hospitalar, que passam a dispor de meios bastante mais poderosos para dar resposta à população”. Para o presidente do Conselho de Administração, “essa resposta traduz-se na diminuição das listas de espera, na resolução de determinadas cirurgias que agora podem ser mais rápidas, o não recurso ao exterior para fazer este tipo de exames (…) com um único foco: melhores resultados em qualidade de saúde, em prestação de cuidados à população”.
No entanto, avançou Casimiro Ramos, a questão dos investimentos “não acaba aqui”, sendo este “um degrau do percurso que se faz”, lembrando que está em curso o processo de adjudicação, em fim de concurso, para a remodelação da Urgência e da Consulta Externa em Abrantes. Mas não é só, pois “temos programado para o futuro a pintura das unidades hospitalares de Torres Novas e de Tomar, toda uma requalificação técnica de mais equipamentos que permitam seguir nesta linha de aposta de remodelação dos meios disponíveis mas também na investigação, com a criação do Centro de Investigação em Tomar e com a requalificação do laboratório de Patologia Clínica para nível de segurança 3”. Casimiro Ramos adiantou ainda que “há outros projetos que temos em vista para viabilizar com o Hospital Distrital de Santarém e com o de Leiria”.
O presidente do Conselho de Administração destacou que tudo isto “só é possível através do empenho e dedicação dos profissionais do Centro Hospitalar que tem sido inexcedível ao longo de todo este período e, sobretudo, naquilo que têm sido os últimos tempos”, com as dificuldades acrescidas pela pandemia.
Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes, agradeceu “o trabalho extraordinário dos profissionais do Centro Hospitalar do Médio Tejo” referindo que “não tem sido só em momentos de pandemia”. Lembrou, no entanto, que há um ano atrás o Hospital de Abrantes se tornou uma unidade de referência para a Covid-19 “para apoiar a sua comunidade, a sua região e onde foi muito patente a atitude e o esforço que fizemos para defender o país” numa altura em que “era uma questão de humanidade que estava em jogo”.
Referindo-se em concreto à instalação da Ressonância Magnética no hospital, Manuel Jorge Valamatos lembrou que “já há muito anos que ouço falar deste equipamento para o Hospital de Abrantes e agora ver esta obra concretizada e ao serviço...”, evitando as deslocações que eram necessárias para conseguir fazer o exame, “é um dia de esperança para todos nós”.
Fazendo ainda referência à esperada obra de remodelação da Urgência Médico-Cirúrgica em Abrantes, o autarca disse que “a comunidade de Abrantes, o Médio Tejo e até o país seguramente agradece muito que esse investimento possa surgir o mais depressa possível”.
Já o secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes, disse ser “especialmente grato estar aqui na semana em que o Centro Hospitalar do Médio Tejo comemora 20 anos e também a mostrar-nos o equipamento de Ressonância Magnética”. Afirmou conhecer bem a região e o Centro Hospitalar, lembrando que as suas raízes familiares estão em Tomar e Ponte de Sôr.
Referiu o governante que a Ressonância Magnética instalada em Abrantes “faz parte de um pacote de cerca de 40 equipamentos que têm sido substituídos ao longo do ano”, um investimento de mais de 55 milhões de euros. “Podermos melhorar e dar as melhores condições aos profissionais de saúde que todos os dias realizam este trabalho é a principal razão de ser de estarmos aqui”, afirmou o secretário de Estado.
Diogo Serras Lopes não esqueceu os tempos de pandemia, que ainda não terminaram, e lembrou que o Centro Hospitalar do Médio Tejo “acaba por ser um mini exemplo do que é o SNS a funcionar em rede”.
“Não me esqueço do papel absolutamente relevante que o Médio Tejo teve, ao permitir à região de Lisboa e Vale do Tejo mas não só, de gerir a pandemia no seu pico. O CHMT não se limitou a cumprir o seu serviço, foi muito mais além do que era o seu dever e isso salvou vidas, não tenho nenhuma dúvida. A vossa disponibilidade de receberem doentes, a vossa presença sempre constante de não querer saber se os doentes eram ou não da área de influência, foi extraordinariamente importante e é um exemplo para todo o país. Esta é a grande forma de comemorar os 20 anos”, salientou Diogo Serras Lopes.
De seguida, o secretário de Estado da Saúde e restante comitiva deslocaram-se até à Unidade Hospitalar de Torres Novas onde visitaram e inauguraram oficialmente o novo equipamento de TAC – Tomografia Axial Computorizada, em funcionamento desde dia 18 de outubro.
A Ressonância Magnética em Abrantes, a funcionar desde 8 de setembro, já recebeu cerca de 500 utentes, numa média de 25 pessoas por dia, com um total superior a 700 exames.
Com um investimento na Ressonância Magnética de 1,297 milhões de euros, que se estima estar praticamente recuperado em 2 anos e meio, o aparelho de Ressonância Magnética foi cofinanciado pelo FEDER – CENTRO 2020 – Programa Operacional Regional do Centro 2014/2020, no valor de 1.102.992,05€.
Já o investimento da TAC foi de 467 mil euros, um valor que estima recuperar-se em cerca de um ano.
Obras de remodelação da Urgência Médico-Cirúrgica em final de prazo de candidaturas
À margem da cerimónia, Casimiro Ramos disse à Antena Livre que “neste momento, está a terminar o prazo de apresentação de propostas dos fornecedores ao concurso que está aberto para a remodelação da Consulta Externa e para a Urgência. O prazo termina esta semana, depois passa-se à análise das propostas, à adjudicação e ao visto do Tribunal de Contas”.
Durante o mês e meio que ainda falta de 2021, “poderão já ser feitos trabalhos de arrumação e preparação para a obra poder arrancar em 2022”.
O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo confirmou que “até ao momento ainda não há propostas” mas que “normalmente, deixam até à última hora”. O prazo das candidaturas foi prorrogado “porque são obras muito complexas” e foi necessário “dar mais elementos e esclarecimentos que pediram para formalizarem as propostas com mais detalhe”.
Casimiro Ramos mostrou-se confiante no aparecimento de concorrentes a esta obra.
Vídeo de comemoração dos 20 anos do Centro Hospitalar do Médio Tejo