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COVID-19: Marcelo Ribeiro na Noruega a cumprir o recolhimento em casa (C/ÁUDIO)

24/03/2020 às 00:00

Marcelo Ribeiro é um jovem que procurou fora do país uma carreira na área do desporto, mais propriamente no treino. Foi para a Noruega para Snarøya e depois mudou-se para a capital Oslo, onde integra os quadros da formação do Lyn Fotball Damer. Mas não foi de futebol a conversa com o Marcelo, essa ficou prometida para daqui a uns tempos, ainda sem saber quando, mas no tempo de uma maior normalidade social.

Na Noruega, tal como em Portugal, o governo declarou o estado de emergência e “obrigou” os cidadãos a ficarem recolhidos em casa, para fugir à pandemia e à contribuição para um aumento de casos do contágio com o novo coronavírus. Em casa, Marcelo Ribeiro contou que os noruegueses, primeiro não ligaram muito ao vírus e ao seu crescimento, mas depois começaram a ver o crescimento e passaram a acatar as indicações dos responsáveis do governo. “Os tempos estão complicados, está toda a gente por casa, a conselho do governo”, disse Marcelo Ribeiro adiantando que “lá fora [na rua] está tudo fechado. Só o essencial é que está aberto. Supermercados e farmácias”. E depois diz que há que “manter a cabeça fria e ficar em casa, arranjar coisas para fazer em casa”.

As limitações são muitas. “Na rua apenas cinco pessoas se podem juntar. Mais do que esse número é proibido” e desde segunda-feira que é proibido consumir álcool na rua em todo o país.

Uma das regras na Noruega é que não pode haver movimentações para fora da cidade de residência. “Eu vivo em Oslo não posso ir para outra localidade. Tens os militares nos aeroportos e nos centros de transportes, terminais de autocarros e comboios”, explicou Marcelo Ribeiro que acrescentou que todas as pessoas foram libertadas do trabalho. São 400 mil pessoas por dia a entrar no desemprego porque “aqui é o estado que vai pagar enquanto estiverem nesta situação. É o meu caso”.

Confinado a Oslo Marcelo Ribeiro acompanha a situação de Portugal e, de forma mais próxima, da família e amigos de Abrantes. “É acompanhar porque não há grandes coisas a fazer, é acatar as indicações do governo”, diz o jovem que pensa no pai que está igualmente fora do país, em Moçambique. “Tenho o meu pai fora e talvez para ele possa ser mais complicado porque ele deveria voltar em duas semanas. Vamos ver se não fecha mesmo o espaço aéreo para que ele possa regressar. E depois a minha mãe e irmã estão aí [em Abrantes]. Não há muito a fazer, é ficar em casa”.

Marcelo Ribeiro afirmou que na Noruega os conselhos são os mesmos: “Evitar o contacto social, lavar as mãos (…) no início, eles [noruegueses] não ligaram muito, mas agora perceberam e estão a cumprir as indicações do governo”.
O futebol, por enquanto está parado e por isso os tempos são de recolhimento, ficar em casa e contactar com amigos e família através das novas tecnologias até passar a tormenta.

Marcelo Ribeiro em Oslo 

Esta tarde os números da COVID-19 na Noruega apontavam para 2760 pessoas infetadas, 211 hospitalizadas [44 nos cuidados intensivos] e ainda 12 mortos. De acordo com as autoridades de saúde locais os casos suspeitos são superiores a 24 mil.

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