A Direção-Geral da Saúde (DGS) emitiu nesta terça-feira, dia 15, uma recomendação para que crianças, idosos, doentes com problemas respiratórios crónicos, designadamente asma e doentes do foro cardiovascular não andarem na rua esta quarta e quinta-feira, dias 16 e 17 de março.
De acordo com a DGS “verifica-se uma situação de fraca qualidade do ar no Continente, com maior expressão nas regiões Norte e Centro, prevendo-se que a mesma se mantenha durante os dias 16 e 17 de março. Esta situação deve-se à intrusão de uma massa de ar proveniente dos desertos do Norte de África, que transporta poeiras em suspensão e que atravessa Portugal Continental, aumentando as concentrações de partículas inaláveis de origem natural no ar.”
Este poluente, que a DGS identifica como partículas inaláveis – Pm10, tem efeitos na saúde humana, principalmente na população mais sensível, crianças e idosos, cujos “cuidados de saúde devem ser redobrados durante a ocorrência destas situações. Assim, e enquanto este fenómeno se mantiver."
Deste modo a Direção-Geral da Saúde recomenda que a população, em geral, deve evitar os esforços prolongados, limitar a atividade física ao ar livre e evitar a exposição a fatores de risco, tais como o fumo do tabaco e o contacto com produtos irritantes.
Depois revela ainda que há grupos de cidadãos, pela sua maior vulnerabilidade aos efeitos deste fenómeno, que para além de cumprirem estas recomendações para a população em geral, devem, sempre que viável, permanecer no interior dos edifícios e, preferencialmente, com as janelas fechadas. E depois identifica os quatro grupos: crianças; idosos; doentes com problemas respiratórios crónicos, designadamente asma; e doentes do foro cardiovascular.
A Direção-Geral da Saúde aconselha ainda os cidadãos a que em caso de agravamento de sintomas contactar a Linha Saúde 24 (808 24 24 24) ou recorrer a um serviço de saúde.
Agência Portuguesa do Ambiente alerta para fraca qualidade do ar devido a nuvens de poeira
“Está a ocorrer uma intrusão de uma massa de ar proveniente dos desertos do Norte de África originado uma situação de fraca qualidade do ar com elevados níveis de partículas inaláveis (PM10)”, refere a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), em comunicado.
A APA avança que a ocorrência começou ao início da manhã de hoje na região do Norte, prevendo-se que se estenda às regiões do Centro, Lisboa e Vale do Tejo e Alentejo, com um agravamento para quarta-feira a todo o território continental.
Segundo a APA, as nuvens de poeira devem diminuir de intensidade a partir de quinta-feira.
A APA explica que este é “um fenómeno que ocorre quando a massa de ar contendo elevadas concentrações de poeiras é transportada a grandes distâncias de regiões áridas e semiáridas, podendo atingir altitudes mais baixas, chegando ao nível do solo, como é o caso situação que está já a ocorrer na região Norte interior do país”.
Para informação adicional sobre a qualidade do ar e os valores medidos nas estações de monitorização, pode ser consultada a página da internet da Agência Portuguesa do Ambiente ou a App QualAr.
De acordo com o instituto português os efeitos mais visíveis são a alteração da cor do céu visto que as poeiras estão normalmente acima da superfície, embora dependendo da sua concentração possam “atingir níveis mais baixos com implicações na qualidade do ar e possíveis impactos na saúde.”