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Médio Tejo: Médico de Saúde Pública informa dos cuidados a ter nesta semana de temperaturas elevadas

7/08/2023 às 16:12

Desde o dia 4 de agosto, conforme informação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), há um aumento de temperatura para todo o continente, em particular para a região Sul. Esperam-se valores máximos entre os 33 °C e 40 °C nas regiões Centro e Sul e entre os 31 °C e 36 °C na região Norte. Em Lisboa, esperam-se temperaturas entre os 37 °C e 40 °C.

Face a esta previsão, é recomendável ter certos cuidados para prevenir os danos que o calor pode causar no corpo humano. Para isto, é recomendável evitar ir para a praia entre as 11 e as 17 horas, para evitar a exposição direta da luz solar e uso de muito protetor solar “é algo obrigatório”.

Desta forma, Jorge Ferreira, médico de Saúde Pública do Médio Tejo, explica que o corpo, devido às altas temperaturas, pode perder a capacidade própria de resposta e sofrer um golpe de calor. “O golpe de calor é uma patologia aguda inerente, causada pela exposição ao calor, onde o corpo deixa de ter controlo da termo-regulação, ou seja, vamos ter uma situação de hipertermia, o nosso corpo vai estar acima dos 40º e vai deixar de haver a resposta natural do corpo para diminuir a temperatura. Quer isto dizer que não há capacidade para baixar a temperatura do corpo”. Para evitar esta situação, o mais importante é identificar bem os sintomas “e procurar serviços de cuidados de saúde, portanto, neste caso, quando temos um golpe de calor os primeiros sintomas a aparecer são sintomas neurológicos... É tão simples quanto isso, é tratar o mais rápido possível. Chegando às urgências, tem que se arrefecer o corpo, tratar de pôr fluidos e tratar o doente”.

Igualmente, as pessoas que não sofram de doenças crónicas podem vir a ser vítimas destas patologias e devem ter certos cuidados. “É prestar atenção, principalmente aos sintomas neurológicos. Uma pessoa pode começar a ter delírios, alucinações, pode mesmo ter crises convulsivas, perder a consciência e, de aí para frente, pode chegar a ficar em coma e ser fatal. Isto leva, a nível de exame objetivo, a que uma pessoa fique taquicárdica, hipotensa e a hiperventilar, Tudo o que são sinais e sintomas muito similares ao choque, só que com exposição prévia ao calor. É preciso haver uma relação” informa Jorge Ferreira.

Por último, Jorge Ferreira reforçou que os grupos de risco são sempre os extremos das idades, crianças e idosos, e apontou que “há outras situações mais específicas, mas é muito importante o apoio familiar e estar sempre alguém atento. As pessoas estarem sozinhas e isoladas é sempre um fator de risco acrescido”.

Cuidados a ter com os idosos

Especificamente, no caso dos idosos, tem que se ter cuidados mais delicados nestes momentos de calor, devido à idade e às diferentes doenças que estes possam possuir e que podem piorar a situação.

Assim, André Rodrigues, médico coordenador das Residências ORPEA em Portugal, explica que “o risco de insolação, também chamado golpe de calor”, aumenta a partir dos 65 anos, devido à diminuição de sensação de calor e sede com o avançar da idade. “Isto pode levar a uma rápida situação de desidratação e falhas no funcionamento de alguns órgãos como os rins, coração e até o cérebro. Assim, com a chegada do calor é recomendável estarmos atentos à hidratação dos mais velhos, sobretudo se têm doenças crónicas, se tomam medicamentos, se têm excesso de peso ou se sofrem de alguma doença neuro-degenerativa como o Alzheimer”. André, destacou também a importância dos cuidados a ter com as pessoas acamadas: “os residentes acamados ficam mais vulneráveis a uma onda de calor e precisam de cuidados específicos, como arrefecer a pele e garantir a hidratação adequada”.

André Rodrigues, explicou ainda os cuidados a ter com os idosos durante o calor, reforçando assim a importância, por exemplo, da hidratação: “com a idade a quantidade de água corporal diminui e o corpo fica mais suscetível, é por isso que é fundamental manter uma ingestão contínua e suficiente de líquidos, entre um e dois litros de água por dia”. As saídas ao exterior também devem ser controladas sendo “a exposição solar mais perigosa entre as 12h00 e as 17h00. Por isso, deve-se evitar estar ao ar livre durante esse horário”. E por último, a importância da alimentação: “recomendam-se pratos mais leves e menos elaborados, nesta época são necessárias menos calorias, mas maior hidratação, por isso, os alimentos devem ser ricos em vitaminas, sais minerais, fibras e água”.

O médico informou ainda como detetar e atuar no caso de algum idoso sofrer alguma insolação. Pediu para se ter atenção ao “aumento da temperatura do corpo, vermelhidão da pele sem motivo, aumento da frequência cardíaca, tonturas, dor de cabeça, náuseas e fraqueza, são, entre outros, os principais sintomas de uma possível insolação e, neste caso, até ser visto por um médico, deve tentar baixar a temperatura com panos de água fria na testa, pescoço ou membros, deitá-los com as pernas levantadas e beber muitos líquidos”.

Jade Garcia

 

 

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