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PCP defende incentivos para fixação de médicos no interior do país

24/01/2018 às 00:00
foto ilustrativa

O PCP disse ontem estar preocupado com a falta de pessoal médico no interior do país, tendo o deputado António Filipe defendido investimentos na "modernização de equipamentos e em incentivos financeiros" que sirvam de atração à sua fixação.

"O problema é, sobretudo, a falta de pessoal médico, aqui e no interior do país, sendo difícil recrutar médicos para o Serviço Nacional de Saúde se não houver investimento na modernização de equipamentos e incentivos financeiros que sejam atrativos para a classe", disse hoje à Lusa o deputado António Filipe, em Abrantes, no âmbito de um conjunto de iniciativas que hoje desenvolveu sobre a situação atual de saúde no distrito de Santarém.

Segundo o deputado, as reuniões de trabalho que hoje realizou ao longo do dia, com administradores hospitalares e dirigentes dos sindicatos dos enfermeiros e funções públicas, tiveram por objetivo "fazer um ponto de situação do setor da saúde" no distrito, "sabendo que é um setor crítico, particularmente nesta altura do ano, devido ao frio, em que existe grande pressão sobre os serviços" hospitalares.

Depois de ter reunido com responsáveis da Unidade de Saúde Familiar de Tomar, onde relatou existir um "problema de instalações por resolver, com gabinetes médicos que não estão a ser utilizados por carecerem de intervenção do Ministério da Saúde", António Filipe reiterou a necessidade de investimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS) para que os médicos possam optar pelo sistema público num plano de concorrência com o setor privado.

"A administração do hospital de Abrantes, do Centro Hospitalar do Médio Tejo, deu conta que o principal problema é, sobretudo, a falta de pessoal médico, mas este centro hospitalar, que tem três pólos [Abrantes, Tomar e Torres Novas], carece também de alguma adaptação tecnológica ao nível de uma Tomografia Axial Computorizada (TAC) própria, que não possui, e de equipamentos ao nível das ressonâncias", relatou.

"Os profissionais médicos, nomeadamente os mais jovens, convivem mal com um hospital que não esteja devidamente apetrechado do ponto de vista tecnológico, o que é uma dificuldade adicional", observou, tendo defendido a necessidade de "encontrar soluções que incentivem a vinda de pessoal para esta região".

Segundo António Filipe, "o PCP tem alertado para a morosidade dos concursos", tendo referido ser "mais fácil contratar para o serviço privado do que para o SNS, o que gera um problema de competitividade".

O deputado comunista defendeu que o serviço público "tem de se adaptar, modernizando equipamentos e instalações, criando soluções mais ágeis ao nível da contratação e na atribuição de incentivos ao nível financeiro, de modo a que, pelo menos, não seja desvantajoso trabalhar no SNS em detrimento do privado, situação que hoje se vai verificando".

O eleito da CDU reuniu ainda com os sindicatos dos Enfermeiros Portugueses e das Funções Públicas Sociais onde debateu os problemas da função pública ao nível laboral, contratual e de precariedade, e da falta de pessoal auxiliar e administrativo nos serviços de saúde.

 

Lusa

 

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