A Unidade de Saúde Pública Médio Tejo emitiu um comunicado a alertar para a prevenção dos efeitos do calor. De acordo com as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, vai ocorrer um aumento das temperaturas nos próximos dias para as várias regiões do Médio Tejo.
No comunicado, assinado por Maria dos Anjos Esperança, coordenadora da Unidade de Saúde Pública do Médio Tejo, há recomendações para grupos vulneráveis.
“Algumas pessoas são mais vulneráveis aos efeitos do calor intenso e exigem uma atenção especial e medidas específicas para estarem protegidas”, lê-se no documento que identifica esses grupos, nomeadamente: crianças nos primeiros anos de vida, pessoas com 65 ou mais anos, portadores de doenças crónicas, pessoas que desenvolvem atividade no exterior, expostos ao sol e/ou ao calor, praticantes de atividade física e pessoas isoladas e em carência económica e social.
Assim, “bebés e crianças pequenas são especialmente sensíveis aos efeitos do calor intenso e dependem dos adultos para se manterem seguros. “Proteja-os do calor intenso e tenha em atenção os seguintes cuidados: vestir a criança com roupas leves, soltas e de cor clara. Utilizar chapéu quando está ao ar livre. Dar água com mais frequência e certificar-se de que bebe mais água do que o habitual. Evitar a exposição direta ao sol, especialmente entre as 11 e as 17 horas. Aplicar protetor solar antes de sair de casa. NUNCA deixar o seu bebé/criança dentro de um carro estacionado ou outro local exposto ao sol, mesmo que por pouco tempo. Consultar o seu médico se a criança tiver diarreia ou febre e ter especial cuidado com a hidratação. Procurar assistência médica imediatamente sempre que identifique sinais de alerta como: suores intensos, fraqueza, pele fria, pegajosa e pálida, pulsação acelerada ou fraca, vómitos ou náuseas, desmaio”.
O calor é especialmente perigoso para as pessoas idosas, que pode ter menos perceção nas alterações associadas ao calor. “É frequente não sentir sede o que leva a uma menor ingestão de líquidos. Por outro lado, o organismo pode não ter a mesma capacidade para realizar a termorregulação necessária para prevenir os efeitos negativos do calor intenso na saúde pelo que deve ter os seguintes cuidados: beber água, mesmo quando não tem sede; permanecer em ambientes frescos ou com ar condicionado; sempre que necessário procurar locais climatizados; evitar a exposição direta ao sol; usar roupas leves, soltas, de cor clara, chapéu e protetor solar; no período de maior calor tomar um duche de água tépida; fazer refeições mais leves e comer mais vezes ao dia; evitar a utilização do forno ou de outros aparelhos que aqueçam a casa; ter contacto de alguém atento e disponível (familiar, amigo, vizinho); consultar o seu médico em caso de doença crónica ou se estiver a fazer uma dieta com pouco sal ou com restrição de líquidos”.
As pessoas com doença crónica são mais vulneráveis aos efeitos do calor, pelo que é necessário ter cuidados especiais. “É o caso das pessoas com diabetes, doença cardíaca, vascular, respiratória, renal, mental e ainda das que tomam medicamentos que diminuem a sensação de calor ou provocam retenção de água ou de sal (anti-hipertensores, antidepressivos, antipsicóticos e medicamentos para a doença de Parkinson, entre outros). Principais cuidados a ter, salvo indicação médica: beber água, mesmo não sentindo sede; permanecer em ambientes frescos ou com ar condicionado; evitar a exposição direta ao sol; usar roupas leves, soltas e de cor clara e utilizar chapéu e protetor solar; usar menos roupa na cama, em especial pessoas com fraca mobilidade ou acamadas; no período de maior calor, tomar um duche de água tépida; evitar a utilização do forno ou outros aparelhos que aqueçam a casa; ter alguém atento e disponível (familiar, amigo, vizinho); se tiver algum sinal ou sintoma associados ao calor, procurar cuidados médicos de imediato; evitar a exposição dos Medicamentos a temperaturas elevadas”.
Para pessoas que desenvolvem atividade no exterior, expostos ao sol e/ou ao calor, a Saúde Pública do Médio Tejo recomenda: beba água com frequência; evite beber líquidos com muito açúcar ou bebidas alcoólicas; utilize roupa de trabalho leve e protetor solar desde que seja possível e seguro; nas pausas, aproveite para arrefecer, se possível em locais com ar condicionado; tente desenvolver a sua atividade com outros colegas por perto; procure apoio médico de imediato se algum dos seus colegas se sentir mal”.
Já para praticantes de atividade física, as recomendações passam por: “comece e termine a atividade física de forma lenta e gradual; opte pela manhã cedo ou pelo final do dia e evite as horas de maior exposição solar, entre as 11h e as 17h; beba água frequentemente: antes, durante e no final da prática de atividade física. Se transpirar muito, opte por uma bebida com eletrólitos (bebidas para desportistas); evite consumir líquidos com muito açúcar; realize atividade física com companhia; pare de imediato a atividade se sentir fraqueza ou sensação de desmaio”.
Pessoas isoladas e em carência económica e social, “devem ser contactadas, pelo menos duas vezes por dia, para saber do estado de saúde e devem ser informadas sobre as condições climáticas e sobre os locais climatizados”.
“A vulnerabilidade das pessoas pertencentes a estes grupos é, frequentemente, cumulativa para o calor extremo e para a COVID-19, nomeadamente no caso das pessoas com idade superior a 65 anos, com doenças crónicas e/ou a viver em habitações sobrelotadas ou com deficientes condições socioeconómicas”, informa ainda a coordenadora da Unidade de Saúde Pública do Médio Tejo.