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A Câmara Municipal de Vila de Rei aprovou, por unanimidade, ceder uma habitação no âmbito de contratação de médico para a UCLS de Vila de Rei.
Sendo que “os munícipes não têm atribuído médico de família e atenta à realidade de que nenhum médico de família se encontra afeto à Unidade de Cuidados de Saúde Primários (UCSP) de Vila de Rei”, o Município há algum tempo que procura soluções junto da Unidade Local de saúde (ULS) Médio Tejo.
Na decisão do Executivo pesou o facto de “os cuidados de saúde primários se basearem numa cultura de proximidade, mas esgotados os recursos humanos da própria Unidade Local de Saúde do Médio Tejo (ULSMT) a que o concelho de Vila de Rei se encontra abrangido, não existe forma de atribuir médico de família às pessoas inscritas nas UCSP. Esta circunstância constitui uma preocupação muito grande para um concelho em que a maioria da sua população é idosa, e com dificuldades financeiras na deslocação para outras unidades públicas e financeiras para recorrerem a um serviço privado”.
Assim, e segundo o Município vilarregense, “considerando que o direito à Saúde é um direito constitucionalmente protegido e que é importante ver garantida à população do Concelho de Vila de Rei o acesso à prestação de cuidados médicos, adequando os recursos disponíveis às necessidades existentes; que (...) o Município detém atribuições na área da saúde, competindo-lhe apoiar atividades de natureza social, cultural, educativa, desportiva, recreativa ou outra de interesse para o município, incluindo aquelas que contribuam para a promoção da saúde e prevenção das doenças; que no seguimento dos contactos havidos com alguns médicos e servindo de ponte entre a ULSMT e médicos que possam encontrar-se disponíveis para responder às necessidades da população vilarregense através da prestação de serviços junto da UCSP de Vila de Rei, foi possível estabelecer um acordo de prestação de serviços médicos; que no âmbito do mencionado acordo é necessário prover de uma habitação para o agente da Administração Pública e que o Município é proprietário de alguns fogos habitacionais na Urbanização de Vale Galego”, foram então “encetados contactos com médicos tendo sido desenvolvidas tentativas para a sua prestação de serviços na UCSP de Vila de Rei, tendo sido estabelecido um eventual acordo para a sua fixação no concelho, com um conjunto de condições”.
E foi o que acabou por acontecer. Em declarações à Antena Livre, o presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei explicou que “nós - e a ULS Médio Tejo com o nosso parecer - soubemos que havia um médico a querer vir para o concelho de Vila de Rei. As duas partes (Município e ULS) decidiram que a contrapartida da Câmara era ceder um apartamento para o médico” se instalar em Vila de Rei. Ricardo Aires acrescentou que “esse médico virá no início de março e fará 40 horas semanais”.
O autarca voltou a deixar críticas ao estado da saúde no país e afirmou que “isto tem que passar pelo Governo Central. É certo que o Município está a minorar alguma coisa, mas terá que ser o Governo a ter estas decisões”.
De recordar que no mês de janeiro a Unidade Local de Saúde do Médio Tejo, a Santa Casa da Misericórdia de Vila de Rei e o Município de Vila de Rei assinaram um acordo tripartido de cooperação que permite um reforço de consultas de médico de família ao abrigo do projeto “Bata Branca”. Assim sendo, a UCSP de Vila de Rei vai contar com até 40 horas semanais de consultas médicas, prestadas por profissionais contratados em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Vila de Rei e apoio do Município de Vila de Rei. Através desta parceria, os utentes terão acesso a consultas de rotina, acompanhamento de doenças crónicas e outros serviços, garantindo cuidados de saúde mais próximos e acessíveis.
Agora, com a chegada de mais um médico, o autarca assegurou que se a falta de médicos de família no concelho não fica colmata, “devemos estar quase”, referindo-se à cobertura do número de utentes e às 80 horas semanais de assistência.
O Município passa assim a disponibilizar ao novo médico um apartamento na Urbanização Vale Galego, suportando as custas referentes ao fornecimento de eletricidade, água e gás, a título gratuito.
