A ULS Médio Tejo suspendeu um enfermeiro da unidade hospitalar de Abrantes por alegados maus tratos a doentes e participou os factos ao Ministério Público para investigação judicial.
Em comunicado a ULS Médio Tejo dá conta que recebeu uma denúncia anónima esta quarta-feira, dia 10 de abril, através de correio eletrónico, “contendo diversos ficheiros que contêm filmagens vídeo, ilícitas, sem consentimento ou conhecimento dos utentes que desconhecem estar a ser captados.”
Nessas filmagens, adianta a mesma nota, “são perpetrados atos absolutamente condenáveis sobre doentes especialmente vulneráveis, que colocam em causa o respeito e dignidade pela pessoa humana e a deontologia inerente à nobre missão da prestação de cuidados de saúde.”
Neste sentido o Conselho de Administração diz estar “profundamente chocado e consternado” com o teor destas filmagens. De imediato avançou para o apuramento dos factos, sendo que através do visionamento das imagens pode perceber-se que terão sido realizadas, há pelo menos três anos, em vários locais de trabalho e internamento da Unidade Hospitalar de Abrantes da ULS Médio Tejo.
Este visionamento das várias imagens recebidas pela administração e chefias permitiu, indica a mesma nota, identificar “pelo menos um enfermeiro da Unidade Hospitalar de Abrantes da ULS Médio Tejo associado a estes atos criminosos.”
A administração da ULS indica na mesma nota desta noite que logo que as denúncias anónimas foram recebidas, cerca das 21h16 de dia 10 de abril, quarta-feira, o Conselho de Administração reuniu de emergência nessa mesma noite e tomou várias medidas, como a “a suspensão imediata do profissional identificado nas filmagens; a instauração de processo disciplinar ao profissional identificado com vista ao despedimento, dando conhecimento da abertura deste procedimento à Ordem dos Enfermeiros. Indica ainda que foi decidido entregar “todo o material rececionado ao Ministério Público e formalização de queixa junto das entidades judiciais competentes” e indicação de total colaboração das investigações que venham a ser desenvolvidas pelas autoridades judiciais.
Nesta mesma informação pública a ULS diz que “os comportamentos demonstrados por este profissional não representam de forma alguma o trabalho que é desenvolvido pelos profissionais de saúde da Instituição.”
A administração liderada por Casimiro Ramos revela ainda que está a identificar os utentes que foram vítimas destes atos absolutamente inaceitáveis captados nos vídeos e diz estar “empenhado, igualmente, em assegurar todo o apoio necessário às vítimas e às suas famílias.”
O Conselho de Administração promete “atuar de forma enérgica para aplicar as sanções que tiverem de ser tidas, doa a quem doer” e garante estar comprometido em garantir que este tipo de situação nunca mais se repita, levando este caso até às últimas consequências.
Por outro lado, revela que a instituição já está a trabalhar no reforço dos procedimentos de segurança e reforço da formação dos seus profissionais de saúde.