Luís Alves e José Oliveira, do COA, Elisabete Pereira, do Orfeão, Maria do Céu Albuquerque, presidente da CMA, Palhinhas, Conceição Pereira, da TAGUS e Ana Marques em representação do Agrupamento de Escolas nº 1
Abrantes vai ficar mais doce entre 27 e 29 de outubro, no âmbito da 16.ª Feira Nacional de Doçaria Tradicional, que vai contar com a presença de cerca de 30 doceiros de todo o país.
O certame foi esta quarta-feira, dia 18 de outubro, apresentado oficialmente na Escola Básica Maria Lucília Moita, em Abrantes, onde marcaram presença os promotores e parceiros desta iniciativa, entre os quais Maria do Céu Albuquerque, presidente da CM de Abrantes, e Conceição Pereira, técnica-coordenadora da TAGUS.
Maria do Céu Albuquerque, presidente da CM de Abrantes, e Conceição Pereira, técnica-coordenadora da TAGUS
Maria do Céu Albuquerque começou por afirmar que é “dever” da Câmara Municipal “continuar a promover aquilo que são os nossos produtos endógenos (…) que valorizam a nossa identidade, que valorizam o nosso património imaterial, neste caso gastronómico, e que é fundamental que acrescentem valor ao nosso desenvolvimento económico e social. Daí termos criado, há 16 anos, esta feira de doçaria, não só para promover a nossa doçaria, característica do nosso concelho, mas de todo o continente e ilhas”.
“Este ano, temos cerca de 30 representações - doceiros que vão promover os seus produtos. Espera-se, portanto, um fim-de-semana muito doce e cheio de coisas boas”, salientou.
A presidente referiu que a “perspetiva” é “continuar a promover a palha de Abrantes, as tigeladas, as broas, os molatos, as brisas (…) com os nossos doceiros, promovendo a nossa economia e os agentes locais que têm levado o nosso nome, o nome da nossa cidade e do concelho aos quatro cantos do mundo”.
“Também queremos envolver a nossa comunidade e daí a importância de termos os nossos parceiros, na realização de atividades ao ar livre, de desporto em concreto (…), mas depois também o Orfeão que nos vem oferecer anualmente o Encontro Nacional de Música Tradicional”, acrescentou a autarca.
Uma das novidades deste ano é a localização do evento, que abandona o Mercado Criativo (antigo Mercado Diário) para adoçar os visitantes no Jardim da República, igualmente no centro histórico da cidade.
“Vamos fazer [a feira] ao ar livre. Escolhemos o Jardim da República onde vamos fazer a instalação dos stands para a promoção da feira. Queremos cada vez mais levar as pessoas para dentro do centro histórico e também entendemos que as atividades ao ar livre são potenciadoras de uma maior apropriação por parte da comunidade. E esperamos que o fim-de-semana conte com uma temperatura amena, preferencialmente sem chuva, mas temos um plano B. Se tivermos necessidade de fazer a coberto instalaremos uma grande tenda naquele espaço”, explicou Maria do Céu Albuquerque.
A presidente salientou ainda importância do envolvimento do comércio do centro histórico com o certame e deixou a proposta para que os “comerciantes possam preparar as suas montras no sentido de estarem em sintonia com esta realização. O desafio é que fiquem abertos durante o fim-de-semana para aumentarem a oferta que estamos a fazer com a realização da Feira de Doçaria”.
A escola tem sido um parceiro determinante na promoção do evento. A figura do Palhinhas tem percorrido algumas escolas do concelho e nos locais tem contado a história da palha de Abrantes e tem estimulado a criação da cabeleira do Palhinhas que será mote de uma exposição.
Conceição Pereira, técnica coordenadora da TAGUS, sublinhou a envolvência das escolas no âmbito da Feira Doçaria, dando conta que estão “55 turmas envolvidas, cerca de 1100 crianças em 12 escolas. Estes números representam o trabalho que tem sido desenvolvido nas escolas e junto dos alunos”.
“Este ano, o desafio é que as crianças façam a cabeleira do Palhinhas que está neste momento aqui na escola com uma das turmas a falar sobre a história da Palha de Abrantes e com isso estimulamos a criatividade dos alunos e envolvemos a comunidade”, disse Maria do Céu Albuquerque.
“As cabeleiras construídas pelas turmas vão estar em exposição durante o evento. E no domingo [dia 29 de outubro] pelas 15 horas, um representante de cada uma das turmas vai desfilar com a cabeleira. Contudo, esta oportunidade será aberta a todas as crianças e familiares que queiram levar a sua cabeleira. É uma ação aberta à comunidade em geral”, acrescentou Conceição Pereira.
À semelhança dos anos anteriores, a Feira juntará num mesmo espaço doces ícones de norte a sul do país e, durante os três dias, a animação vai ser uma constante, com demonstrações culinárias, oficinas de doçaria, espetáculos destinados ao público infantil e música tradicional portuguesa, com a realização do VI Encontro de Música Tradicional Portuguesa, em parceria com o Orfeão de Abrantes. Para equilibrar o excesso de açúcar, haverá uma caminhada pelo centro histórico de Abrantes, no dia 28, às 21h00, e um passeio de BTT, no dia 29, a partir das 09h00.
Na apresentação oficial do certame marcou presença Elisabete Pereira, presidente da direção do Orfeão, como também José Oliveira, do COA - Clube de Orientação e Aventura, que explicou uma das ações desportivas a desenvolver no dia 28 de outubro, que será a Caminhada Night Urban – “Os Palhinhas”.
Para esta edição, a organização da Feira de Doçaria revela que são muitos os doces presentes: as cristas de galo e os pitos de Santa Luzia de Vila Real; os coscoréis da Sertã; as brisas do Tâmega e queijadinhas S. Gonçalo de Amarante; os rebuçados de ovo de Portalegre; o bolo fidalgo, a encharcada e o bolo rançoso; o pão-de-ló de Margaride de Felgueiras; o pão-de-ló Ovar; as cornucópias de Alcobaça; os ovos-moles de Aveiro; os pastéis de Tentúgal; as malassadas e bolos levedos dos Açores a par das afamadas Tigelas e Palha de Abrantes, entre muitas outras iguarias a que se juntam licores, mel e compotas.
A Feira Nacional de Doçaria Tradicional, organizada pela Câmara Municipal, em colaboração com a TAGUS – Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior, realiza-se em Abrantes desde 2002, com o “objetivo de promover e valorizar a rica doçaria tradicional e conventual de todo o país, colocando os doces tradicionais locais, fator crucial da economia local, junto de outros ícones portugueses”.
A 16ª edição do certame representa um investimento autárquico de cerca de 50 mil euros.
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