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“A ideia de fazer a Festa do Futuro surgiu nos encontros ‘Inventar a Aldeia’ onde falámos sobre o passado, presente e futuro cultural da aldeia do Souto.” É desta forma que a associação cultural “Além Mundus”, sediada no Souto, aldeia do norte do concelho de Abrantes, apresenta a iniciativa que vai acontecer no próximo fim de semana. É uma festa, mas diferente das festas de verão que por estes meses mais quentes se realizam em todas as freguesias em todas as aldeias. É mais que um concerto, um baile ou um restaurante com frango assado. A Festa do Futuro pretende ter artes performativas, concertos, teatro, conversas, exposições e, acima de tudo, levar as pessoas a criar envolvimento e a participar, em vez de serem apenas público espetador.
A festa começou com vários encontros entre elementos da associação e as pessoas, porque há uma ideia base, mas que abraça todo o projeto, que é o coletivo.
Na mesma pagina da rede social Instagram a “Além Mundus” explica que nos encontros preparatórios conversámos, desenhámos, pensámos e imaginámos em conjunto uma série de iniciativas que poderiam ser feitas. Por entre gargalhadas, e algumas conversas cruzadas, surgiu a ideia de se fazer um festival artístico e cultural com uma programação diferente do habitual e desfasado das festas de verão.” E depois acrescenta: “Metemos mãos à obra e começámos a preparar o que viria a ser a Festa do Futuro.”
Carolina Serrão explicou, de forma resumida, o que vai ser esta Festa do Futuro. Um conceito de desafiar a população a fazer a programação do festival em várias áreas. E depois há, nesta festa, “pessoas do Souto, de Abrantes, de Alvega, do Carvalhal ou das Fontes que nos ajudaram a fazer isto do coletivo.”
A dirigente, na apresentação do programa de apoio à cultura da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, que financiou o projeto com cinco mil euros, explicou os valores desta festa que assentam em verbos coletivos como imaginar, partilhar, polinizar, construir ou festejar. "Adquirir cultura e adquirir coisas” novas é um dos objetivos do evento que pretende o desenvolvimento da população desta região. “Queremos discutir o idadismo, ou seja, as idades. Todas as pessoas contam e todas podem contribuir. Queremos desenvolver competências sociais e humanas nas artes performativas e artes plásticas” justificou Carolina Serrão.
E depois continuou a mostrar a forma coletiva de fazer as coisas. São as gentes da terra que estão a preparar as festas e as atividades. E aqui ou ali relembram-se, afirma Carolina Serrão, de como eram os encontros de outros tempos nas atividades agrícolas ou sociais, muito antes das redes sociais ou da televisão.
E juntam-se ainda outras associações para criar um programa que faz o cruzamento entre o amador e o profissional, no que às atividades programadas diz respeito.
“Queremos o coletivo. Mas queremos crescer para outras zonas do mundo”, concluiu Carolina Serrão que recordou ainda o período da pandemia, a altura em que começou a marinar a ideia da Festa e da própria associação.
E a ligação ao Souto vem de Sofia Estriga que ali tem os familiares a residir. Juntamente com a Carolina Serrão criaram a associação e, desde logo, a ideia de trabalhar cultura a partir do Souto.
Sofia Estriga e Carolina Serrão da "Além Mundus"
A Festa do Futuro vai ter workshops, três concertos, performances, teatro, uma exposição fotografia de 150 fotos feitas no final da missa, uma instalação sonora em que uma cidadão do Souto conta histórias sobre a ida à fonte, conversas, visita ao Museu do Souto, jogos tradicionais e outras atividades culturais. A gastronomia não faltará com o conceito de street food.
Carolina Serrão, associação cultural “Além Mundus”
A Festa do Futuro é no Souto, mas é em muitos locais e tem colaboração de muitas pessoas, associações, empresas ou instituições que pretendem evocar o coletivo. E evocar o coletivo é colocar as pessoas a participar na Festa e não apenas a assistir à Festa.
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