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A tradição voltou a cumprir-se em Constância. 50 embarcações coloriram os rios

2/04/2018 às 00:00

A tradição voltou a cumprir-se em Constância, nesta Segunda-feira da Boa Viagem. Cerca de 50 embarcações chegaram às 13h00, à margem do rio Zêzere, para receberem a bênção de Nossa Senhora da Boa Viagem.

As embarcações, representativas da quase totalidade dos municípios ribeirinhos do Tejo, desde Abrantes até ao mar, participaram num cortejo fluvial nos rios Tejo e Zêzere para receberem as Bênçãos de Nossa Senhora da Boa Viagem que, em terra, percorreu as ruas da vila numa procissão com grande envolvimento religioso.

As tripulações das embarcações chegaram trajadas ao modo das épocas de então, lembrando os tempos em que os rios eram estradas e deles vinha o ganha-pão de grande parte da população.

Em jeito de balanço, António Matias Coelho, responsável pela organização da festa do rio, disse que “até agora, foi a melhor festa de sempre em termos organizativos, porque as coisas correram muito bem. As embarcações que era suposto virem, vieram todas. As pessoas chegaram alegres e bem-dispostas. O tempo também ajudou. Estava prevista muita chuva e caíram só uns pingos. Partimos e chegámos à hora…e estamos muito contentes”.

António Matias Coelho

O responsável avançou que este ano embarcaram cerca de 200 pessoas para participarem na festa.

“Nós viemos de Tancos com as embarcações que vêm de jusante, que eram cerca de 30 e tal, mas depois temos as embarcações que vêm de montante, de Abrantes, e temos ainda as embarcações das pessoas da zona, da Praia do Ribatejo, da Amoreira e daqui. Temos ainda os escuteiros de Alenquer, que há muitos anos participam na nossa festa e que têm cerca de duas dezenas de canoas”, enumerou António Matias, tendo acrescentado que em Tancos estiveram “cerca de 130 pessoas embarcadas e o total foi mais de 200 pessoas embarcadas”.

Para manter a festa do rio é necessário “conhecer e respeitar” as tradições, considerou o responsável. “O segredo destas atividades é em primeiro lugar conhecer. Conhecer a tradição e as pessoas que se envolvem nisto. E, depois, tão importante como conhecer é respeitar. Fazer tudo no sentido de acrescentar, mas acrescentar de uma forma que faça sentido, que tenha nexo. Ou seja, que seja um acrescento para mais, e não que represente menos ou ao lado. O objetivo é que se torne [a festa] maior e mais forte. É isso que temos tentado fazer ao longo destes quase 30 anos”, explicou.

António Matias lembrou que “a festa tem mais do que 230 anos, mas nós começámos a fazer este cortejo desde 1991 e tem vindo sempre em crescendo. Temos connosco quase todos os municípios ribeirinhos, escuteiros, muitos particulares…é uma grande festa, do Tejo todo”.

Por sua vez, Sérgio Oliveira, presidente da Câmara Municipal, presidiu pela primeira vez à cerimónia e agradeceu a presença de todos na festa que apelidou de “festa do povo”.

“Esta é uma grande festa de homenagem aos nossos antepassados, à ligação da nossa vila aos rios e aos nossos marítimos. E a vossa vinda pela bênção de Nossa Senhora da Boa Viagem é uma bênção que todos nós pedimos. Tanto aqueles que andam em água, como em terra, para que tenhamos umas vidas plenas e que estejamos sempre juntos ao longo das nossas vidas”, referiu o autarca.

Sérgio Oliveira disse que era com orgulho que via “uma grande representação de Municípios e de pessoas em nome individual que se quiseram juntar à nossa festa (…) que é festa do nosso povo e da nossa terra”.

Para além da chegada das embarcações a Constância e as bênçãos, integraram as festas do concelho, o 30º Grande Prémio da Páscoa em Atletismo/EDP Distribuição, a 10ª Caminhada, uma Mega-Aula de Zumba, a XXIX Mostra Nacional de Artesanato, a XII Mostra de Doces Sabores, Saberes e Sabores do Concelho, as tasquinhas típicas, diversas exposições e as ruas floridas.

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