A Câmara Municipal de Abrantes aprovou esta terça-feira, por unanimidade, a minuta de contrato de comodato a celebrar entre o Centro Interparoquial de Abrantes e o Município, com o objetivo de reconverter uma casa de habitação num local que acolha famílias em situações de vulnerabilidade social.
“Esta casa pertence ao Centro Interparoquial de Abrantes que lhe foi doada. O senhor Cónego José da Graça fez-nos esta proposta de cedência se a casa fosse destinada a fins sociais, nomeadamente para questões ligadas à violência doméstica. Portanto não é uma casa que se destine à habitação social. É uma casa de acolhimento, onde ainda vamos programar que tipo de iniciativas vão decorrer lá, para famílias que estejam em situação vulnerável”, explicou à Antena Livre Celeste Simão, vereadora com o pelouro da ação social na Autarquia de Abrantes.
Trata-se de uma “casa grande que tem um rés-do-chão, um primeiro andar e uma parte de sótão” e que carece de um investimento autárquico de cerca de 100 mil euros na sua reabilitação.
Celeste Simão explicou que o novo espaço vem dar resposta às famílias que necessitem de um trabalho “no âmbito da gestão doméstica”, onde “possam ser desenvolvidos algumas atividades ou workshops com essas mesmas famílias”.
No caso da problemática da violência domestica, a vereadora referiu que o novo espaço não é uma Casa de Abrigo, mas sim um espaço onde a vítima possa ser acolhida, encaminhada e apoiada.
“Sendo uma vítima de violência doméstica, a vítima poderá ser encaminhada para uma Casa de Abrigo”. Esses casos, “são situações mais graves, em que a vítima tem de ser retirada de imediato do seu local. Infelizmente, é assim que acontece porque o agressor, a maior parte das vezes, continua na casa e a vitima é que tem de sair, o que é uma tremenda injustiça, apesar da legislação estar a ser revista. Nesta nossa casa, não é o caso. É um local para um primeiro acolhimento, para casos que não sejam tão gravosos e que não necessitem de uma Casa de Abrigo”, explicou a responsável.
“A pessoa quando vai para uma Casa de Abrigo tem de largar o seu emprego, os filhos têm de mudar de escola e isto para a família é terrível. Portanto, em casos que não sejam tão graves, nós podemos ter ali uma possibilidade, de acolhermos essa pessoa, essa família e inclusivamente trabalhar com outras instituições ao nível do acompanhamento familiar, da gestão doméstica e de outras problemáticas que possam estar associadas à situação”, acrescentou a vereadora.
Por fim, Celeste Simão adiantou que o trabalho a ser desenvolvido neste novo espaço contará com a participação de todos os parceiros que fazem parte da REIVA – Rede Especializada de Intervenção na Violência de Abrantes.
A casa, cedida à Autarquia de Abrantes, fica situada na avenida Solano de Abreu perto do hospital da cidade.