Os CTT confirmaram hoje o fecho de 22 lojas no âmbito do plano de reestruturação anunciado em meados de dezembro passado que, segundo a Comissão de Trabalhadores dos Correios de Portugal, vai afetar 53 postos de trabalho.
Que o plano de reestruturação da empresa já previa o fecho de estações com menor procura, não é propriamente uma surpresa. No entanto, segundo avança esta terça-feira o Jornal Eco, entre as 22 lojas que os CTT pretendem encerrar, estão duas no distrito de Santarém: Alpiarça e Alferrarede.
O Eco avança que “de acordo com o plano, está em vista a saída de 1.000 trabalhadores da empresa até 2020. O objetivo desta profunda reestruturação passa por alcançar poupanças anuais na ordem dos 45 milhões de euros. Esta foi a resposta de Lacerda [Francisco Lacerda, presidente executivo dos CTT] para travar a desconfiança dos investidores com o mau desempenho operacional da empresa”, lê-se na página de internet do jornal.
Num esclarecimento enviado às redações, os CTT referem que "tal como já tinha sido tornado público anteriormente, (...) confirmam o plano de adequação da sua rede envolvendo estes 22 pontos de acesso, inseridos nos mais de 2.300 existentes e dos mais de 4.000 agentes PayShop, que nesta fase ainda não tem data marcada".
O encerramento destas 22 lojas "não coloca em causa o serviço de proximidade às populações e aos […] clientes, uma vez que existem outros pontos de acesso nas zonas respetivas que dão total garantia na resposta às necessidades face à procura existente", garantem os CTT.
Segundo o mesmo órgão, estes encerramentos vão afetar "53 postos de trabalho".
O Eco publica ainda “a lista completa que a gestão liderada por Lacerda pretende fechar para já: Junqueira, Avenida (Loulé), Universidade (Aveiro), Termas de S. Vicente, Socorro (Lisboa), Riba d’Ave, Paços de Brandão (Santa Maria da Feira), Lavradio (Barreiro), Galiza (Porto), Freamunde, Filipa de Lencastre (Belas), Olaias (Lisboa), Camarate, Calheta (Ponta Delgada), Barrosinhas (Águeda), Asprelas (Porto), Areosa (Porto), Araucária (Vila Real), Alpiarça, Alferrarede (Santarém), Aldeia de Paio Pires (Seixal) e Arco da Calheta (Madeira)”.
Já a TSF avança que a “notícia apanhou de surpresa a Comissão de Trabalhadores dos CTT. José Rosário, coordenador da comissão de trabalhadores, garantiu à TSF que a decisão de fechar mais de 20 lojas não foi comunicada aos funcionários pela administração”.
Ainda de acordo com a TSF, o coordenador da Comissão de Trabalhadores dos CTT afirma que ainda não foi apurado o número concreto de postos de trabalho afetados, mas assegura que a medida vai atingir mais de 40 funcionários. Ainda assim, José Rosário acredita que os trabalhadores podem ser colocados noutras estações de correios.
Os CTT adiantam que, numa primeira fase, o encerramento das 22 lojas está sob "consulta" da Comissão de Trabalhadores, "seguindo-se então o contacto com as entidades locais".
Acrescentam que "a presença dos CTT e a sua capilaridade em todo o país cumprem na íntegra os critérios de densidade geográfica exigidos".
Em 19 de dezembro, os CTT anunciaram o Plano de Transformação Operacional, ou seja, um plano de reestruturação que prevê reduzir cerca de 800 pessoas na área das operações ao longo de três anos, em consequência da queda do tráfego do correio, de um total de 6.700 efetivos, dos quais 6.200 efetivos e perto de 500 contratados a termo.
Os CTT empregam 12.149 pessoas, das quais 11.702 em Portugal, país onde opera uma rede de 4.297 lojas, das quais 615 próprias, 1.724 em parceria, 1.958 postos de venda de selos, a que se juntam 4.202 agentes Payshop.
Além da redução de 800 colaboradores em três anos, os CTT pretendem ainda racionalizar ativos não estratégicos (mais ou menos 30 propriedades) e ainda otimizar a cobertura da rede de lojas através da conversão de lojas em postos de correio ou fecho daquelas com pouca procura por parte dos clientes, de acordo com o plano divulgado em dezembro.
C/ Lusa
Foto: Google Maps