O presidente da Endesa Portugal, Nuno Ribeiro da Silva, disse hoje à Lusa que os direitos sobre a central Tejo Energia, no Pego, terminam em 2021, considerando "muito provável" que centrais a carvão saiam do sistema elétrico nacional.
Questionado sobre as declarações do ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, que se comprometeu a encerrar as duas centrais de energia elétrica a carvão até 2030, Nuno Ribeiro da Silva referiu que a central do Pego, em Santarém, tem licença para operar até 2021 e garante que ainda não está claro se será ou não prolongada, uma vez que o assunto ainda não foi discutido.
No entanto, garante que “é muito provável que as centrais a carvão venham, gradualmente, a sair do sistema elétrico, tal como saíram as centrais a fuelóleo e a gasóleo, mas será num contexto que não é aquele em que a empresa opera atualmente”.
O presidente da Endesa Portugal acrescenta que a Tejo Energia sofreu um investimento há cerca de dois anos para estar equipada com as condições necessárias para operar, tendo em conta os requisitos normativos que a União Europeia pôs em vigor em 2016.
“Nesse sentido não haverá nada que viesse justificar, até pelo contrato assinado, o encerramento da central antes do prazo da licença que está em vigor”, sublinhou.
Nuno Ribeiro da Silva disse ainda que, face às emissões de carbono (CO2) não existe ainda uma solução viável para a central, uma vez que não estão reunidas condições geológicas para que seja feito o sequestro do composto químico.
“Teremos sempre esse problema, a não ser que apareça uma tecnologia disruptiva que, atualmente, não estamos a ver”, concluiu.
O Governo comprometeu-se hoje a encerrar as duas centrais produtoras de eletricidade a carvão, em Sines e no Pego, até 2030, anunciou o ministro do Ambiente, em Bona, na Alemanha.
"Em 2030, não existirá produção de eletricidade em Portugal, a partir do carvão", afirmou hoje João Matos Fernandes, à RTP.
O governante está em Bona, na Alemanha, onde decorre a conferência das Nações Unidas para as alterações climáticas, até sexta-feira.
"As centrais termoelétricas vão certamente ser encerradas em Portugal assim que tenhamos a capacidade de poder produzir energia a partir de fontes alternativas" sem sobressalto, disse o ministro do Ambiente.
A Lusa contactou a EDP, dona da Central de Sines, que até ao momento não prestou esclarecimentos.
Lusa