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Abrantes: Festival de Filosofia desafiou os jovens a "Pensar o Futuro"

16/11/2017 às 00:00

Barbara, João, Inês e Sérgio foram os jovens que participaram no OrAbrantes

“Sou uma pessoa top mundial, mas o meu sonho é ser motorista da rodoviária”, foi esta a ideia que Sérgio Esteves, utente do Centro de Recuperação e Integração de Abrantes (CRIA), deixou no OrAbrantes, que decorreu ontem em pleno Jardim da República.

A iniciativa, integrada no Festival de Filosofia, desafiou os jovens a subir a uma palete e durante cinco minutos a explanar uma ideia sobre “o Futuro”.

Sérgio Esteves, do CRIA, Barbara Poupino, João Morgado e Inês Heitor, alunos da Escola Dr. Manuel Fernandes, do 11º e 12º anos, foram incitados a pensar o futuro e foi isso que fizeram perante uma plateia que se juntou para ouvir os jovens abrantinos.

Em conversa com a Antena Livre, Barbara Poupino contou que “aceitou logo o desafio” e que “já tinha ideia do que ia falar”. O tema do Ambiente foi o escolhido pela jovem do 12º ano que salientou “a necessidade de se alterar comportamentos” e “as causas que levaram à maneira como o planeta está atualmente”.

Já João Morgado idealizou vários futuros e centrou-se na atualidade política que se vive no mundo.“Aceitei o desafio na condição de ser algo muito informal".

"Peguei em várias pontas soltas e construí um possível futuro ou vários possíveis futuros que possam existir. Peguei num futuro mais terrível que envolvia o Donald Trump e depois falei da história - de olharmos para o passado, para o presente que vivemos e para o futuro que iremos construir”, explicou o jovem à Antena Livre, dando conta que se interessa bastante pelas relações internacionais e que é algo que pensa seguir a nível académico.

Destemido, Sérgio Esteves também subiu à palete e pediu para que “não houvessem tantas guerras, que as pessoas fossem melhores e que todos os povos fossem unidos”.

Perante os presentes, Sérgio vincou a ideia que “os jovens são o futuro do nosso mundo e que temos de educá-los”.

“O futuro passa por todos nós”, disse o jovem que está institucionalizado no CRIA, dando conta que para ele o futuro passa “pelas pessoas que estão mais próximas, pela minha família e por todos os amigos que tenho na minha instituição”.

“Sou uma pessoa top mundial, mas o meu sonho é ser motorista da rodoviária”, aludiu por fim.

Por último, Inês Heitor contou a experiência que vivenciou numa viagem de estudo ao Parlamento Europeu. A jovem do 11º ano da Escola Dr. Manuel Fernandes falou do tema do terrorismo, sobre “a relação dos cidadãos europeus e a privação das suas liberdades”.

 

“É um assunto que me cria particularmente preocupação, pois o terrorismo é algo que está a acontecer cada vez mais, e isso faz-nos refletir sobre até que ponto é que conseguimos ser livres”, referiu Inês.

Em jeito de balanço, Luís Filipe Dias, vereador da Câmara Municipal de Abrantes, explicou que a iniciativa OrAbrantes foi construída para os jovens, “para eles e exatamente com eles”. Salientou que com “a Barbara, o João, a Inês e o Sérgio estamos de alguma maneira a preparar e a construir o futuro e foi isso que se fez hoje”.

“Pretendemos desenvolver e espicaçar o pensamento crítico e é assim que a cidadania se deve fazer. Se nós queremos ajudar a mudar um pouco aquilo que é o pulsar das nossas ruas, aldeias, vilas, cidades e país e consequentemente os sítios onde vivemos, obviamente que temos de pensar nas questões que a Barbara aflorou, no que o João nos desafiou e na maneira como a Inês nos espicaçou”, reforçou o vereador.

Luís Filipe Dias referiu que o festival de Filosofia tem contado com “sessões bastante participadas”, onde se tem “falado sobre tudo” e sobre a “lógica do pensar para agir”.

“Fruto daquilo que está a acontecer nas ruas, o que vamos lendo e com estes pensamentos das nossas escolas, com as construções filosóficas que já aconteceram, as sessões de cinema e esta articulação com as associações, faz com que nós nos sintamos responsáveis, porque não estamos sozinhos no mundo, mas estamos todos para ajudar todos e dar palco a todos”, fez notar o responsável.

Luís Filipe Dias vincou a ideia que o Festival de Filosofia “é um projeto para o futuro” e “não tem somente uma dimensão intelectual, tem uma dimensão de todos e para todos”.

 

*Reportagem radiofónica para ouvir amanhã no alargado do 12h00

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