Morreu ontem em Lisboa e foi a enterrar hoje, sexta-feira, em Abrantes, Maria da Piedade Anselmo, de 98 anos.
Natural de Abrantes era, pela sua idade, uma memória viva do primeiro centenário da cidade.
Foi costureira de profissão, numa vida humilde. Mas a sua vida deu uma volta com a criação da Universidade da Terceira Idade, que frequentou desde o início. Aí investiu o seu desejo de saber.
Já na casa dos 90 anos de idade, foi aprender a utilizar computadores. Dizia-se uma pessoa "muito feliz", pois tinha muitos amigos. Praticava a alegria de viver.
Era na cidade, e para lá dela, um duplo símbolo: da cultura popular, através da poesia que cultivava de forma militante e com grande sensibilidade poética, do envelhecimento activo, que praticou com empenho e com resultados partilhados pelos seus muitos amigos.
Agora que partiu, ficam-nos dois livros de poemas, editados pela Palha de Abrantes e inúmeros poemas inéditos que esperam ser recolhidos e preservados.
Alves Jana