Os correios do concelho de Abrantes têm, novamente, uma demora nas entregas de correspondência de aproximadamente 15 dias ou até mesmo de “quase três semanas”, tal como explica Dina Serranho, sindicalista do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações, SNTCT.
Reuniu-se ontem o SNTCT com o presidente da câmara municipal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, para informar deste constrangimento que o concelho se encontra a passar. Dina Serranho informa que “infelizmente não é uma situação nova” e ainda que e está é uma situação que decorre “há vários anos”.
Um dos principais fatores que leva a que isto se suceda é a “não substituição de trabalhadores em férias” e ainda, este ano, “terem sido alargadas as voltas dos carteiros” sem terem sido integrados novos carteiros “nas equipas”.
Posto esta “situação que é grave”, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações decidiu colocar a autarquia a par desta situação. Dina Serranho diz que o presidente da câmara de Abrantes, mostrou-se “interessado em tentar fazer parte da resolução deste problema”.
A sindicalista acrescenta que já “são milhares” as cartas que se estão a “amontar dentro do centro de distribuição” enquanto não houver “mãos suficientes” para se fazerem as entregas.
Esta é uma situação que tem tendência a “piorar”, principalmente porque o período de férias irá começar e com isso os trabalhadores serão ainda menos e “não havendo por parte da empresa uma política que substitua os trabalhadores”, quem acaba por “sofrer com esta situação” é o município, “a população em geral”.
“É empurrar o problema com a barriga”, estas são as palavras de Dina Serranho ao explicar que o problema só começa a ser resolvido quando “há contestação” e quando “há pressão por parte das autarquias”.
Continua por explicar que os “trabalhadores estão preocupadíssimos” devido ao facto de terem “milhares” de correio por entregar, visto que estes “conhecem as pessoas pelos nomes e sabem que aquelas cartas lhes fazem falta”. Sente que a situação vai piorar e que o problema foi causado pela empresa que “até agora não se preocupou em arranjar solução para este problema”.
Dina Serrenho
No ano passado, quando se viram encarados com este mesmo problema, arranjaram “10 ou 12 trabalhadores” e assim que o centro de distribuição se voltar a organizar, “retiraram-os outra vez”, a sindicalista do SNTCT, Dina Serranho, continua por comentar que “é a bola de neve”.
Dina Serranho conclui por dizer que esta é uma situação que está a ocorrer a nível “nacional”, mas que se vêm soluções mais rápidas “quando há movimentações por parte das autarquias e é isso que nós, neste momento, estamos a fazer”.
Recorde-se que esta é uma situação recorrente. Todos os anos nesta altura surgem problemas na distribuição dos CTT.
Maria Francisca Carvalho