Sob o tema “Separar é Cuidar do Ambiente”, esta quinta-feira foram lançadas duas campanhas de solidariedade social intituladas “A sua Ajuda é Fundamental” e “Ajude-nos a ajudar – os bombeiros merecem”, numa parceria entre a Valnor e a Câmara Municipal de Abrantes e que vai prolongar-se até ao final do ano.
Manuel Jorge Valamatos, vereador e presidente dos Serviços Municipalizados de Abrantes, alertou para o aumento da quantidade de lixo e da questão de os custos estarem afetos à fatura da água. “Há uns anos que nos tem preocupado a quantidade de lixo que se produz, até porque isso também tem uma responsabilidade muito direta na fatura de cada um dos cidadãos, e é curioso porque agora já se ouve falar em mudar políticas de faturação dos resíduos sólidos urbanos. Como sabem, o lixo está afeto à fatura da água e há pessoas que nem produzem muito lixo mas, como consomem muita água, têm que pagar muito lixo”, explicou o vereador. Acrescentou que “continuamos a produzir muito lixo e, muitas vezes, desnecessariamente porque muita gente não utiliza os ecopontos, coloca tudo nos contentores, e estamos todos a pagar uma fatura desnecessária”.
O vereador afirmou que se pretende uma linguagem nova na abordagem aos resíduos em que se “valorize esta questão. Que se ponha nos contentores essencialmente os resíduos domésticos e que os cidadãos, empresas e lojas comecem a utilizar cada vez melhor os ecopontos”.
Agora, há uma nova proposta que inclui IPSS’s (Instituições Privadas de Solidariedade Social) e também os Bombeiros Voluntários de Abrantes. Manuel Jorge Valamatos explicou também o que podem os munícipes fazer e de como as instituições e os Bombeiros podem participar para ajudar, “sendo polos de receção de cartão, plástico ou vidro. Depois temos a especificidade dos Bombeiros serem a entidade que vai receber pilhas”.
Já Nuno André Heitor, administrador da Valnor, falou da necessidade de explicar a pertinência da reciclagem, pois “há muitos resíduos que, colocados no contentor, acabam por ir parar a aterro” e refutou as críticas que muitas vezes se ouvem ao processo: “muitas vezes ouvimos dizer que nós misturamos tudo, que não fazemos reciclagem nenhuma… mas não é nada disso que acontece”. E deixou o convite “para quem quiser conhecer as nossas instalações, quer no Aterro da Barrada, quer em Avis, onde poderá ver uma unidade de triagem”.
O administrador da Valnor explicou depois as duas campanhas em curso e de como Bombeiros e IPSS’s podem contribuir para mais e melhor reciclagem, sendo depois recompensados por isso.
“Uma das campanhas é focada nas pilhas e o que propusemos aos Bombeiros é que sejam eles a fazer essa separação. Nós não temos interesse em receber as pilhas juntamente com os resíduos normais porque isso vai contaminar o composto” que a Valnor produz em Avis e que deixa de poder ser utilizado na agricultura. “O que tentamos fazer, juntamente com os Bombeiros, é retirar essas pilhas do circuito dos contentores verdes”.
Ao mesmo tempo, é uma forma de “ajudarmos os Bombeiros Voluntários, que têm muitas necessidades e, nesta campanha que também tem o apoio da EcoPilhas, vão ser distribuídos EcoPilhões”. Nuno André Heitor explicou que “no final, essas pilhas serão pesadas e o peso será convertido em um valor monetário para apoio aos Bombeiros. O que propomos é trocar uma tonelada por 200 euros” que serão revertidos em equipamentos de saúde para as ambulâncias ou em equipamentos de proteção individual, num valor máximo de 600 euros.
Paralelamente à campanha “Ajude-nos a ajudar – os bombeiros merecem”, “nós também temos recebido muitos pedidos de apoio por parte de instituições e pensámos numa forma de podermos colaborar e sermos parceiros”. Foi desta intenção que nasceu a campanha “A sua Ajuda é Fundamental”. O formato é idêntico mas, nesta parceria com as IPSS’s, trata-se de “uma campanha de troca de recicláveis por um valor monetário. O que propomos é que as instituições interessadas se possam inscrever e por cada tonelada de material que é separado, convertemos em valor monetário”.
A Valnor distribui sacos para o efeito e vai recolhendo e pesando os materiais recicláveis. No final, por cada tonelada de embalagens ou metal, a Valnor converte em 100 euros e por cada tonelada de papel ou cartão, serão atribuídos 50 euros. O valor máximo é de 500 euros porque, segundo o administrador, “queremos envolver o máximo de instituições possível”.
Nuno André Heitor referiu-se ainda aos benefícios ambientais da reciclagem e também aos custos que a recolha acarreta para os Municípios pois, como disse, “fala-se muito na economia circular e na recuperação de embalagens. Quanto mais recuperarmos as embalagens e não as colocarmos nos contentores de RSU, menos o Município paga à Valnor e menos o Município tem necessidade de cobrar à população, ou seja, estamo-nos todos a ajudar”.
“É muito importante envolvermo-nos pois estamos a falar de ambiente e o ambiente não é algo que está lá longe, é tudo o que está à nossa volta e se nós não tivermos cuidado com o nosso futuro, estamos a hipotecar a vida dos nossos filhos e da nossa família”.
“Separar é Cuidar do Ambiente” é então o tema que deu origem às duas campanhas que se iniciaram esta quinta-feira e que terminam no final do ano.