Entre janeiro e julho registaram-se 20.829 acidentes com vítimas nas estradas portuguesas, 287 mortes, 1.523 feridos graves e 24.323 sem gravidade, um aumento face ao mesmo período de 2022, revelou hoje a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).
“Comparativamente com o período homólogo de 2022, observaram-se aumentos em todos os indicadores no Continente: mais 1.594 acidentes (+8,7%), mais 31 vítimas mortais (+12,4%), mais 80 feridos graves (+6,1%) e mais 1.899 feridos leves (+8,9%)”, lê-se no relatório de sinistralidade rodoviária hoje publicado ‘online’.
A ANSR relaciona os números com o aumento da circulação rodoviária, constatado através do consumo de combustível (mais 10,7%) e do tráfego médio diário nas autoestradas e portagens (11,2%).
“No Continente, nos primeiros sete meses de 2023, registaram-se 19.926 acidentes com vítimas, dos quais resultaram 280 vítimas mortais, 1.397 feridos graves e 23.281 feridos leves”, precisou a mesma fonte.
A colisão foi a principal causa de acidentes (53,4%), responsável por 38,2% das vítimas mortais e 46,5% dos feridos graves. Seguiram-se os despistes, que representaram 33,7% do total de acidentes que foram a principal causa das vítimas mortais (49,3%).
Os atropelamentos corresponderam a 12,9% dos acidentes, 12,5% das vítimas mortais e 13,5% dos feridos graves.
O número de vítimas mortais fora das localidades (144 ou 51,4%) foi superior ao verificado dentro das localidades (136, 48,6%).
“Comparativamente com os períodos homólogos de 2019 e 2022, verificou-se aumento das vítimas mortais dentro das localidades (+10,6% e +23,6%, respetivamente) em magnitude superior ao verificado fora das localidades (+5,9% e +3,6%, respetivamente)”, lê-se no relatório.
A maioria dos acidentes ocorreu em arruamentos e causou 33,9% das vítimas mortais (+17,3% e +26,7%, em relação aos períodos homólogos de 2019 e 2022), motivando também 45,9% dos feridos graves.
Nas estradas nacionais ocorreram 19,4% dos acidentes, com 29,6% das vítimas mortais (+7,8% e +5,1%, face ao mesmo período de 2019 e 2022) e 32,6% dos feridos graves.
“Considerando as vítimas mortais, 72,1% do total eram condutores, enquanto passageiros e peões corresponderam a 15,0% e 12,9%, respetivamente”.
As mortes de passageiros diminuíram face a 2022 (-17,6%) e as de peões caíram face a 2019 (-10,0%), apesar de haver um aumento destes últimos face a 2022 (+9,1%).
Nos condutores, registaram-se aumentos nas vítimas mortais face aos dois períodos homólogos (+14,1% face a 2019 e +22,4% face a 2022), a par de subidas também nos feridos graves, acrescentou a mesma fonte.
Os automóveis ligeiros estiveram envolvidos na grande maioria dos acidentes (70,3% do total), com uma diminuição de 6,1% face a 2019, mas um aumento de 7,8% relativamente a 2022.
Destacaram-se os acidentes com motociclos (+30,5% face a 2019 e +17,5% face a 2022) e com velocípedes (+41,0% face a 2019 e +14,5% face a 2022): “De realçar que os ciclomotores envolvidos em acidentes reduziram 24,3% face a 2019 e os veículos agrícolas reduziram 19,0% face a 2019 e 3,8% face a 2022”.
Entre janeiro e julho de 2023, a maioria das vítimas (52,9%) deslocava-se num veículo ligeiro (+6,1% face 2022), enquanto 22,2% circulava em motociclos (+19,0% face a 2022) e 7,5% em velocípedes (+45,1% e +16,2% face a 2019 e 2022, respetivamente).
“Salienta-se a descida de 13,9% nos peões vítimas face a 2019, apesar da subida de 6,6% face a 2022”, lê-se no relatório.
Lusa