A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) garante que as multas por excesso de velocidade estão a diminuir junto aos 50 locais onde estão instalados os radares, cujo sistema entrou em funcionamento faz hoje três anos.
O Sistema Nacional de Controlo de Velocidade (SINCRO) permite detetar automaticamente a infração por excesso de velocidade e é atualmente composto por 40 radares móveis que são instalados em 50 locais considerados críticos.
O primeiro radar do SINCRO entrou em funcionamento a 06 de julho de 2016 e foi instalado na autoestrada A5, que liga Lisboa e Cascais, mas só em julho de 2017 é que o sistema começou a ser explorado na totalidade.
Inicialmente, o SINCRO era composto por 30 radares móveis, mas o sistema foi entretanto reforçado com mais 10.
A agência Lusa pediu à Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) um balanço de três anos de funcionamento do sistema, mas apenas respondeu que “entre o primeiro semestre de entrada em exploração (segundo semestre de 2017) e o primeiro semestre de 2019, verificou-se uma redução de 57% no número de infrações por excesso de velocidade”.
“Não obstante o aumento da circulação rodoviária e o reforço do sistema com mais 10 cinemómetros-radar, registou-se ainda assim uma mudança no comportamento dos condutores relativamente à velocidade, pelo que se considera que o sistema SINCRO está a cumprir com os objetivos para o qual foi concebido, isto é, a diminuição da velocidade de circulação nos locais onde os radares estão instalados”, precisa a ANSR.
A Lusa perguntou à Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária quantas infrações foram registadas por este sistema, mas não obteve qualquer resposta.
Os últimos dados, disponíveis no Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) do ano passado, indicam que o SINCRO registou um total de 469.443 infrações entre 2017 e 2018.
O RASI indica que o SINCRO registou 291.698 infrações por excesso de velocidade em 2018, mais 113.953 do que no ano anterior.
A maioria das multas registadas no SINCRO foram leves (147.059), seguido das graves (139.551) e muito graves (5.088).
Os 40 radares de controlo de velocidade não são fixos, sendo instalados nas 50 cabines segundo um sistema rotativo previamente definido. Os condutores são informados da presença dos radares através de um sinal de trânsito.
A ANSR avançou ainda que está em curso a elaboração do processo de concurso público internacional para a expansão do sistema com mais 50 locais de controlo de velocidade e 30 radares.
Segundo a ANSR, a ampliação do SINCRO até 2020 é uma das medidas previstas na Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária e já foram identificados os potenciais locais de controlo de velocidade.
Os últimos dados da ANSR mostram que o número de mortos nas estradas portuguesas continuou a subir nos primeiros seis meses do ano relativamente ao período homólogo, bem como o número de feridos graves, apesar de se terem registado menos acidentes.
De acordo a ANSR, entre 01 de janeiro e 30 de junho deste ano morreram 224 pessoas nas estradas portuguesas, mais seis do que no período homólogo (218).
No mesmo período foram registados 994 feridos graves, mais 101 do que nos primeiros seis meses de 2018.
Entre 01 de janeiro e 30 de junho deste ano registaram-se 63.058 acidentes, menos 382 do que em igual período do ano passado (63.440).