Os sindicatos Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e Independente dos Motoristas de Mercadorias promovem hoje, em Santarém, o 1.º Congresso Nacional de Motoristas para discutir as condições de trabalho do setor, em negociação.
Estes dois sindicatos independentes, juntamente com a federação sindical filiada na CGTP, têm vindo a negociar com a associação empresarial do setor, a ANTRAM, a revisão do contrato coletivo, sob a mediação do Ministério do Trabalho.
Para o início da semana esteve marcada mais uma reunião negocial, que foi adiada para dia 15, a pedido do SNMMP, que entendeu que devia consultar os seus associados sobre as matérias em discussão.
O presidente do SNMMP, Francisco São Bento, disse à agência Lusa que, no entanto, o congresso de hoje não se destina apenas aos sócios dos dois sindicatos promotores, sendo "aberto a todos os motoristas de pesados, pois o que está em discussão diz respeito a todos".
Segundo a mesma fonte, existem em Portugal cerca de 50.000 motoristas de veículos pesados de mercadorias, 900 dos quais a transportar mercadorias perigosas.
O ‘jovem’ sindicato presidido por Francisco São Bento tem cerca de 700 sócios.
O objetivo do congresso é, segundo o sindicalista, esclarecer os motoristas sobre as negociações em curso e ouvir as suas opiniões.
"As negociações estão ainda numa fase inicial, pois o processo tem sido muito moroso, contrariamente ao que nós gostaríamos", disse recentemente à Lusa o presidente do SNMMP, reconhecendo a existência de algumas divergências.
O Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas foi criado no final de 2018 e tornou-se conhecido com a greve iniciada no dia 15 de abril, que levou o Governo a decretar uma requisição civil e, posteriormente, a convidar as partes a sentarem-se à mesa de negociações.
A elevada adesão à greve de três dias surpreendeu todos, incluindo o próprio sindicato, e deixou sem combustível grande parte dos postos de abastecimento do país.
O SNMMP reivindicava salários de 1.200 euros para os profissionais do setor, um subsídio específico de 240 euros e a redução da idade de reforma.
Lusa