O coletivo Climáximo vai realizar uma caravana pela justiça climática, que vai percorrer o país do litoral ao interior, alertando para a degradação do clima e para a consequência das escolhas do aparelho produtivo e do poder político.
Num manifesto a que a agência Lusa teve acesso, o grupo de ativistas refere que a Caravana pela Justiça Climática, que se realiza em abril, “vai percorrer 400 quilómetros em Portugal, marchando lado a lado com populações locais desde Figueira da Foz para o interior, através de Pedrogão Grande, Oleiros, Vila Velha de Ródão e muitos outros lugares, para depois descer ao lado do Tejo até Lisboa”.
“A crise climática e da biodiversidade é o tempo das nossas vidas. Enquanto empresas e governos repetem fórmulas esgotadas para políticas insuficientes, a degradação do clima destrói o nosso futuro coletivo”, lê-se no documento.
Neste momento, mais de uma dezena de organizações nacionais e locais já se juntaram à preparação da caravana, que também irá ocorrer, a nível mundial, em pelo menos em mais cinco países (Uganda, Honduras, Turquia, Nigéria e Bolívia).
Os ativistas sublinham que a caravana irá passar pelas comunidades que já estão mais expostas às consequências da crise climática, assim como por alguns dos principais focos de emissões de gases com efeito de estufa e de poluição do ar, da água e dos solos do país.
“Os incêndios florestais e a desertificação do país serão também evidentes no percurso, cruzando zonas devastadas pelo fogo em 2017 e em outros anos, assim como as linhas de água da bacia do Tejo afetadas por caudais irregulares e pela poluição, nas quais já existem e se prevê a construção de mais açudes e barragens”, sustentam.
O arranque da caravana terá lugar no Complexo Industrial da Figueira da Foz e até ao fim do percurso, irá passar por vários pontos ligados à crise climática.
“Para conseguirmos travar a crise climática e a crise ecológica globais, precisamos de um movimento maior do que o mundo alguma vez já viu”, sustentam.
O coletivo Climáximo apela à participação de todos os movimentos e organizações “que se revejam nesta luta, para transformar a Caravana pela Justiça Climática “num momento histórico que, através da força das populações, se insurja contra a irresponsabilidade, a impunidade, a manipulação e a ganância de um sistema capitalista, responsável pela degradação dos ciclos ecológicos (…)”.
Lusa