Nuno Alves apresentou este fim de semana, num workshop, as diversas formas de como se pode fazer em casa estes rebentos versáteis, que se utilizam “para fazer várias saladas, vários salteados” e ainda “quiches, sandes, tudo o que as pessoas quiserem”.
Existe “uma variedade substancial de plantas” que se pode utilizar para obter estes rebentos, que são nada mais do que as plantas “num estágio inicial do desenvolvimento, ainda sem desenvolverem as primeiras folhas”. Este é um processo “muito curto” e pode ser “feito em qualquer parapeito de uma janela, em cima de um suporte na varanda”, em qualquer recipiente.
Nuno Alves
“Estou a usar diversos recipientes para mostrar as pessoas que não é necessário, sequer, comprá-los”, ou seja, não e necessário comprar outros materiais, podendo reutilizar recipientes que já se tem em casa, “como os que trazem os morangos do supermercado, ou das framboesas”.
Este tipo de “culturas” não necessita de “grandes quantidades de solo e ocupa muito pouco espaço”, Nuno continua por referir novamente que estes rebentos demoram “muito pouco tempo” para ficarem disponíveis para consumo. Aconselha que o “substrato” a ser utilizado seja “de compra, se usarmos terra do quintal, ela vem contaminada com sementes de ervas daninhas”, o que torna complicado separar “o trigo do joio”.
Para o workshop, Nuno levou rebentos de “milho-doce, coentros, ervilha, rabanete roxo, ascelgas multicoloridas, agrião, manjericão roxo”. Tinha feito estes rebentos “na sexta-feira passada” e com uma semana estes rebentos já estavam prontos a utilizar, conta ainda que “ao fim de três, quatro dias” alguns dos rebentos já estavam “prontos” e que “tive de os aguentar” para os conseguir mostrar no workshop.
Uma palavra de “cautela” que Nuno passa para quem quiser efetuar este processo é que “as sementes a serem usadas tem de ser, obrigatoriamente, sementes sem tratamento”, isto por causa dos “intervalos de segurança” visto que muitas sementes são cuidadas com “fungicidas”, recomenda ainda as sementes biológicas, pois “temos a garantia de que não há contaminantes”.
“Se formos a um supermercado comprar rebentos eles saem muito caros”, é o exemplo que Nuno utiliza para dar a entender que este processo acaba por sair mais em conta financeiramente.
Este é um processo bastante simples e é só necessário o “substrato, um recipiente pequenino, humedecer o substrato, não é preciso molhar, apenas manter húmido, e aguardar”, tal como explica Nuno Alves.
Esta oficina “horta em casa”, como Nuno Alves, esteve integrada no projeto “Encosta Viva” que organizou na Urbanização Encosta da Barata, em Abrantes, um arraial. O programa integrou cinema ao ar livre, mercado de Verão, oficina “horta em casa”, marchas populares, arraial, tasquinhas, desporto, jogos e pretendeu envolver toda a comunidade.
O projeto “Encosta Vida”, do programa Bairros Saudáveis, é financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência português e tem como parceiros, além do Município de Abrantes e a TAGUS, a Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola António Torrado, a Associação dos Escoteiros de Portugal – Grupo 280 de Abrantes, o Corpo Nacional de Escutas – Agrupamento 172 de Abrantes, a Cres.Ser – Associação de Desenvolvimento Pessoal e Comunitário, a Escola Básica António Torrado do Agrupamento de Escolas nº2 de Abrantes e a União de Freguesias de Abrantes (S. Vicente e S. João) e Alferrarede. Tem por objetivo principal desencadear mecanismos de organização que sustentem a criação de uma Associação de Moradores, com todas as vantagens que isso trará para a comunidade residente e empresária.
Maria Francisca Carvalho