O Dia Mundial da Terra é assinalado hoje para relembrar o compromisso com a proteção e a necessidade de preservar os recursos naturais, o ambiente e a sustentabilidade do planeta.
A organização EARTHDAY, que visa mobilizar a sociedade civil, estabeleceu como tema para o Dia Mundial da Terra 2024 “Planeta versus Plásticos”, indicando no seu ‘site’ que se exige “uma redução de 60% na produção de TODOS os plásticos até 2040”.
Numa mensagem para o dia, a presidente da “Earthday.org”, Kathleen Rogers, afirma que toda a população do mundo está a ingerir e a inalar plásticos, que podem ser tóxicos.
A organização alerta, num relatório, para o problema dos microplásticos, nanoplásticos e dos seus aditivos químicos, especialmente junto das crianças, sublinhando que a extensão total dos seus riscos para a saúde ainda não é totalmente conhecida.
Mas já há provas de que os microplásticos se acumulam nos órgãos humanos, incluindo no cérebro ou na placenta, estando associados a taxas mais elevadas de aborto espontâneo e infertilidade masculina. Existem também indícios de que os bebés ingerem 10 vezes mais microplásticos do que os adultos, ao gatinhar ou colocar objetos na boca.
Anualmente, cada ser humano inala em média 120 mil partículas de plástico e ingere 52 mil.
Em 2021 foram produzidos mais de 390 milhões de toneladas de plástico e a sua produção já representa 3,4% das emissões mundiais de gases com efeito de estufa.
A propósito da efeméride, o movimento global de defesa do solo 'Save Soil' apelou para a recuperação e proteção da matéria orgânica no solo e lembrou que se este for saudável recupera mais carbono e produz mais alimentos.
Um solo com um bom teor em matéria orgânica apresenta uma maior resiliência às secas, salienta Maria José Roxo, do departamento de Geografia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, citada num documento da ‘Save Soil.
A investigadora na área da desertificação explica que uma boa gestão do solo é “um bom instrumento de mitigação da mudança climática”.
A Fundação Oceano Azul, criada pela Sociedade Francisco Manuel dos Santos e proprietária do Oceanário de Lisboa, começou a comemorar o Dia da Terra na segunda-feira e tinha previsto mais de uma centena de atividades a realizar em todo o país para destacar a importância do oceano para a vida no planeta.
As atividades - como concursos, desafios, aulas de surf, ‘workshops’, exibições artísticas e limpezas de praia, margens de rios e subaquáticas – foram planeadas por mais de 70 associações, organizações não-governamentais (ONG), entidades e organizações públicas e privadas e decorrem até quarta-feira.
O Dia Mundial da Terra foi assinalado pela primeira vez em 22 de abril de 1970. Em 2009, a Assembleia Geral da ONU formalizou o dia, que é comemorado anualmente em mais de 190 países.
Lusa