A Proteção Civil alertou hoje para nova possibilidade de inundações e aumento dos caudais dos rios nos distritos de Leiria, Setúbal, Lisboa, Évora, Santarém e Portalegre, que estarão em alerta laranja devido às previsões de chuva persistente e forte.
Num ‘briefing’ à comunicação social para fazer um ponto de situação das ocorrências relacionadas com o mau tempo que está a afetar o país, o comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), André Fernandes, precisou que o agravamento do quadro meteorológico naqueles seis distritos vai acontecer a partir da tarde de hoje e até terça-feira.
A chuva forte e persistente será acompanhada de “fenómenos extremos de vento”, afirmou o comandante nacional, avançando que haverá “um agravamento do vento com rajadas até 80 quilómetros por hora e localmente 120 quilómetros por hora na região sul na manhã de terça-feira”.
Já esta tarde, face a este cenário, a Proteção Civil tem estado a enviar SMS para os telemóveis a alertar para o mau tempo previsto para a noite desta segunda-feira e a manhã de terça.
David Lobato comandante distrital de Santarém da Proteção Civil disse qye a situação pode ser complicada neste período porque há uma célula que vai passar entre o sistema montanhoso Montejunto/Estrela e o norte do Ribatejo que irá afetar o estado do tempo. Trata-se de uma previsão, mas com uma previsão de intensidade de 20 milímetros por metro quadrado, que é um valor muito elevado e que pode potenciar as cheias rápidas, principalmente pelo transbordo de ribeiras.
No que diz respeito ao rio Tejo David Lobato revelou que a situação está controlada com Fratel e Castelo de Bode a terem capacidade de encaixe. O comandante notou, no entanto que face a um caudal mais elevado do Tejo alguns afluentes na lezíria não conseguem escoar e estão a inundar algumas regiões levando ao corte de algumas estradas nos concelhos da Golegã e de Santarém.
Mas a maior preocupação do comandante distrital da Proteção Civil vai para quem tem de circular de automóvel, principalmente de noite, já que a fraca visibilidade pode provocar situações complicadas devido à existência de lençóis de água ou por transbordo de linhas de água.
David Lobato, comandante distrital da Proteção Civil de Santarém
Sobre os últimos dias, David Lobato, revelou que não há situações graves a registar, apesar de uma quantidade considerável de árvores caídas, desabamentos de muros ou de terras.
André Fernandes, comandante nacional da Proteção Civil, alertou também que o mau tempo vai continuar, nomeadamente “precipitação forte e persistente” com condições favoráveis à ocorrência de trovoadas, até quinta-feira.
Citando informações da Agência Portuguesa do Ambiente, o comandante nacional alertou ser “expectável [a ocorrência de] inundações” nas zonas ribeirinhas de Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Braga e Barcelos, bem como para as bacias do Tejo e do Sado, em Setúbal.
André Fernandes afirmou também que nas bacias do Vouga, Douro, Mondego e Ave “não são expectáveis situações críticas”.
O comandante nacional recomendou ainda à população para não circular junto à linha de costa devido à agitação marítima e para ter atenção à “precipitação forte e duradoura que poderá levar a inundações e aumento dos caudais”.
Medidas preventivas aconselhadas pela ANEPC
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) recorda que o eventual impacto destes efeitos pode ser minimizado, sobretudo através da adoção de comportamentos adequados, pelo que, e em particular nas zonas historicamente mais vulneráveis, se recomenda a adoção e divulgação das principais medidas de autoproteção para estas situações, nomeadamente:
− Garantir a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais e retirada de inertes e outros objetos que possam ser arrastados ou criem obstáculos ao livre escoamento das águas;
− Garantir uma adequada fixação de estruturas soltas, nomeadamente, andaimes, placards e outras estruturas suspensas;
− Ter especial cuidado na circulação e permanência junto de áreas arborizadas, estando atento para a possibilidade de queda de ramos e árvores, em virtude de vento mais forte;
− Ter especial cuidado na circulação junto a zonas ribeirinhas historicamente mais vulneráveis a fenómenos de transbordo dos cursos de água, evitando a circulação e permanência nestes locais;
− Adotar uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e tendo especial cuidado com a possível formação de lençóis de água nas vias;
− Não atravessar zonas inundadas, de modo a precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas para buracos no pavimento ou caixas de esgoto abertas;
− Não praticar atividades relacionadas com o mar, nomeadamente pesca desportiva, desportos náuticos e passeios à beira-mar, evitando ainda o estacionamento de veículos muito próximos da orla marítima;
− Estar atento às informações da meteorologia e às indicações da Proteção Civil e Forças de Segurança.