Mais de três centenas de estudantes do 1º ciclo do concelho de Braga já participaram este ano na iniciativa“Conversar com um cientista”, no âmbito do Escola Ciência Viva de Braga (ECV Braga). Este projeto educativo nasceu em 2022 pelo Centro Ciência Viva de Braga (CCVB), em parceria com a Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM) e o Município de Braga. Trata-se de um programa interdisciplinar para os agrupamentos de escolas, integrando a área curricular de Estudo do Meio.
“Estamos a introduzir as crianças às ciências e às vertentes do método científico, despertando a curiosidade pelo mundo que as rodeia e desenvolvendo-lhes competências em diferentes áreas, como Tecnologia, Sociedade, Arte e Comunicação, Espaço e Natureza”, assinalou o coordenador do ECV Braga, Pedro Dias. Durante seis meses, 308 alunos de 13 turmas “criaram, experimentaram, descobriram e fizeram do CCVB a sua escola”.
Catorze cientistas envolvidos
As ações foram desenvolvidas por 14 cientistas (professores, investigadores e alunos de pós-graduação) dos departamentos de Matemática, Química, Física e Biologia da ECUM, do Centro de Física, do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA), do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP-UMinho) e, ainda, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde. Os participantes “imprimiram em 3D, programaram, criaram mecanismos, exploraram o mundo natural e o espaço, treinaram como um astronauta e fizeram experiências num laboratório”, resumiu o coordenador.
Uma experiência enriquecedora
Os cientistas falaram da sua experiência, explicaram o que pesquisam e como a ciência está presente no quotidiano, recorrendo a fotografias, gráficos, vídeos, objetos e slides. “Para os alunos com formação musical, expliquei a física do som e da música, usando para caso de estudo a construção de um xilofone com copos de vinho”, disse a investigadora Maria Gabriela Oliveira, do LIP-Minho. Deixou ainda elogios à iniciativa, tal como Cláudia Carvalho-Santos, do CBMA: “É um momento de aprendizagem também para os cientistas, pois somos alvo de perguntas diferentes e obrigados a alguma ginástica mental para responder simples e claro; já as crianças acabam por conhecer carreiras e novas áreas do saber, questionando coisas com que se deparam diariamente e despertando a curiosidade e vontade de aprender”.
Para os doutorandos Andreia Gomes e Alexandre Monteiro, do Centro de Física, a iniciativa sensibiliza para a importância da ciência e permite a conexão entre ambas as partes: “Os alunos ficam a perceber como funciona a profissão de um físico e os investigadores ganham experiência a informar e adaptar o seu discurso a diferentes públicos”. O balanço desta parceria é positivo e há intenção de continuar no novo ano letivo, alargando a colaboração a atividades como o Café com Ciência, a Noite Europeia dos Investigadores e o Congresso Nacional de Comunicação de Ciência (SciComPT).
Universidade do Minho