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Proteção Civil: EPDRA recebeu exposição de meios de socorro do Médio Tejo (c/áudio)

2/03/2023 às 22:01

A ideia foi levar o que é a Proteção Civil à população. David Lobato, comandante Subregional a Proteção Civil no Médio Tejo, revelou, à margem da visita a uma exposição de meios na Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes, que foi feito o aproveitamento das sinergias desta nova estrutura com a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) para fazer o mês da Proteção Civil.

E é um mês que começou com atividades a 1 de março, Dia Internacional da Proteção Civil, e termina no dia 31. Pelo meio nos 11 concelhos que integram a unidade territorial vão ser realizadas exposições dos meios de socorro e logística da Proteção Civil, simulacros e exercícios nos mais variados cenários: sismo, acidente rodoviário, acidente industrial, evacuação de edifícios, com uma grande incidência nas escolas, para além de palestras e até ações culturais. David Lobato não esqueceu alguns exercícios das “Aldeias Seguras Pessoas seguras”, projeto que pretende ajudar as populações de pequenas aldeias situadas no meio da floresta no caso de uma ocorrência de incêndio poder estar a ameaçar essas aldeias. Deste ponto de vista é simples, as pessoas sabem para onde se dirigir e com quem falar para garantir a sua proteção.

Acima de tudo, de acordo com o comandante, a ideia que tem de passar para a comunidade é que a Proteção Civil começa em cada cidadão e na responsabilidade que deve ter mediante determinadas ocorrências ou situações que ocorram. Isto porque a prevenção é a melhor ação para evitar situações mais complexas e que podem, muitas vezes, pôr em perigo bens ou até mesmo a vida de pessoas e animais.

David Lobato deu o exemplo das queimadas, muito usuais nos meios rurais e igualmente no distrito de Santarém e Médio Tejo. E só para se ter uma noção o coordenador da Proteção Civil do Médio Tejo revelou que nos dois primeiros meses do ano, apesar do inverno, já arderam 3 hectares em incêndios que resultam de queimas de sobrantes ou pequenas queimadas que depois se descontrolam. O coordenador deixou a nota muito importante para que as pessoas, principalmente os de idade mais avançada que estavam habituados a fazer as queimas antes e até durante a primavera, indiquem na plataforma do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) os dias e locais que querem fazer esses trabalhos para perceberem se podem ou não. É que, se no verão, o incendiarismo é um dos fatores a ter em conta e que representa maior perigosidade para a floresta, fora dos períodos mais críticos são as queimas que se descontrolam que provocam o maior número de incêndios.

E depois há ainda outro fator que, eventualmente, a população não liga, mas que ganha cada vez mais importância. Trata-se do custo relacionado com a ativação de meios para um qualquer incêndio. É que, por exemplo, uma dúzia de viaturas de vários corpos de bombeiros, com respetivas guarnições de operacionais, a que se junta, por exemplo, um meio aéreo de combate inicial tem custos elevados. Em muitos casos poderiam ficar em prontidão nas respetivas bases se existisse mais cuidado e maior preocupação com a prevenção.

Depois, David Lobato, deixou a nota de que a floresta é, na maior parte do Médio Tejo, a grande preocupação de cada ano que passa. As matas são cada vez mais deixadas à sua vida e crescem de forma natural e desordenada provocando, em caso de incêndio, muitos problemas. As cargas de combustível são muito elevadas.

Daí que, segundo David Lobato, estas ações que visam mostrar à população os meios da Proteção Civil são muito importantes, para haver noção clara dos meios que existem na região e no país. E o comandante do Médio Tejo vincou que estas ações junto da população mais jovem são muito importantes, até para captar, num futuro próximo, mais candidatos a bombeiros ou sapadores florestais.

David Lobato, comandante Subregional da Proteção Civil do Médio Tejo

Esta mostra dos meios da Proteção Civil aconteceu, em Abrantes, na Herdade da Murteira, na Escola Profissional de Desenvolvimento Rural (EPDRA) que tem um curso de bombeiro. Foi, aliás, essa turma que coorganizou a exposição. Estiveram como alunos, como todas as turmas, nas várias ações, mas foram eles que ajudaram a montar a logística necessária.

E na exposição esteve a Escola Nacional de Bombeiros com um simulador de incêndio urbano, que permitiu contacto entre os alunos e algumas realidades de socorro, mesmo que de forma virtual.

A Proteção Civil Municipal de Abrantes montou a sua tenda e mostrou aos jovens, nestes dois dias (1 e 2 de março) algumas das atividades. A começar pelo problema das vespas asiáticas. Mostram um ninho primário (mais pequeno que uma mão fechada) e depois os ninhos secundários (do tamanho de uma bola de basquetebol). E todos ficam a saber como é que estes são eliminados, através de uma arma de pressão que dispara uma bala com veneno próprio que elimina as invasoras. E podem conhecer também o funcionamento da proteção civil em caso de um incidente que tem três áreas muito concretas: operacional, logística e planeamento.

Ninhos secundários de vespa asiática. Em cima cortado e em baixo intacto.

Na visita, que em parte foi acompanhada pelo presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, pelo presidente da Associação de Agricultores, Luís Damas, e pela diretora da EPDRA, Marly Serras, seguiu-se uma das viaturas de comando e comunicações dos Bombeiros de Ferreira do Zêzere, que serve o Médio Tejo, até à presença da GNR com a Busca e Resgate em Ambientes Aquáticos (BRAA). Aliás, a Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) também marcou presença para mostrar os meios que colocam no terreno em caso de incêndio florestal.

Seguiu-se uma passagem junto a uma ambulância de socorro da Cruz Vermelha Portuguesa, núcleo de Abrantes e Tomar, em que os alunos puderam conhecer, mais em pormenor, o interior da ambulância, os equipamentos que transporta e, no final de contas, o tipo de socorro que disponibiliza.

Nesta mostra estiveram ainda os Bombeiros Voluntários de Abrantes e os Municipais de Sardoal, com viaturas de combate a incêndios rurais, o McFire de Mação, que integra a célula de comando e planeamento, e os sapadores florestais da Associação de Agricultores de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação.

Meios que são, em caso de necessidade, acionados sob um “chapéu comum” que é a Proteção Civil.

E é isto que este mês e estas ações do Médio Tejo pretendem. Mostrar aos cidadãos o que é, como funciona e com que entidades funciona.

Mas a mensagem base é sempre a mesma: “A Proteção Civil começa em si!”

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