Até ao dia 30 de novembro estão abertas as inscrições para os Bombeiros Voluntários de Abrantes. Esta é a primeira recruta pós-pandemia e qualquer cidadão entre os 18 e os 45 anos pode fazer a sua inscrição e iniciar a formação certificada como aspirante a bombeiro.
António Manuel de Jesus, comandante da corporação, explica que para ser aspirante a bombeiro basta ter a “escolaridade mínima obrigatória, de acordo com a idade”.
A pandemia veio trazer muitas contingências às nossas vidas e nos bombeiros foi igual. “Desde a chegada da pandemia que não conseguíamos iniciar uma recruta”, adianta António Manuel de Jesus e acrescentou que “mal conseguimos terminar uma que estava a ser dada”. Desta forma e com estas limitações o corpo ativo diminuiu e esta recruta, lançada com mais publicidade, pretende ter mais candidatos.
O comandante dos Bombeiros de Abrantes revela que esta não é uma situação exclusiva de Abrantes. “Os corpos de bombeiros estão, modo geral, a abrir novas recrutas e a fazer a sua promoção com maior ‘agressividade’ para aumentar o número de candidatos.”
António Manuel de Jesus ilustra estes dois anos e meio com a indicação que “durante a pandemia formámos seis bombeiros, que era o mínimo que formávamos num ano.”
Há uma pergunta simples, “o que é preciso para ser bombeiro?” que tem resposta pronta: “primeiro uma opção de vida de querer servir o próximo, de querer ser útil para a sociedade e querer ocupar o espaço de tempo, da sua vida privada, para se dedicar aos bombeiros. Depois a escolaridade mínima obrigatória, de acordo com a idade. E depois fazer a recruta, a parte mais difícil. São 225 horas de formação, modo geral aos fins de semana.”
O comandante da corporação indica que são entre 4 a 5 meses de formação, mas salienta que os candidatos ficam com uma série de certificações, pois todas as ações são certificadas, que será útil para a vida. “Tem, por exemplo, o curso de salvamento rodoviário, o de extinção de incêndios urbanos, extinção de incêndios rurais, abordagem de emergência pré-hospitalar, sistema integrado de emergência médica” indica António Manuel de Jesus que aponta a formação mais técnica, caso permaneçam na corporação. E aí podem acrescentar competências em grande ângulo, mergulho, condução de embarcações de socorro, entre outras. “Temos muita formação para os futuros bombeiros”, explica o comandante que salienta ainda que o aspirante, depois da formação base de 225 horas tem um exame distrital depois de vários testes de avaliação. Há diversos patamares para serem ultrapassados.
Já, por exemplo, o curso de desencarceramento implica tempo de serviço e ter um conjunto de formações específicas. O comandante revelou ainda que para otimização de recursos há recrutas que são dadas em conjunto pelos corpos de Abrantes, Constância, Mação e Sardoal.
A perspetiva é que os exames sejam feitos antes do verão ao que se seguem mais três meses de estágio, com um tutor que tem de ser bombeiro de primeira ou categoria mais elevada que o insere nas equipas em contexto de trabalho.
O comandante revela que, em geral, as recrutas têm sempre mais jovens, mas neste ano há mais inscrições de interessados com mais de 35 anos.
António Manuel de Jesus, comandante Bombeiros de Abrantes
As inscrições para ser bombeiros em Abrantes podem ser feitas até ao dia 30 de novembro. Tem de ter entre 18 e 45 anos.
Nesta altura os Bombeiros Voluntários de Abrantes tem um corpo ativo de 66 elementos e espera, com esta recruta, aumentar o número de bombeiros.
Já a academia, ou seja, os infantes e cadetes, também esteve parada por causa da pandemia, mas há a intenção de voltar a ativá-la rapidamente. Até porque, justifica António Manuel de Jesus, “há elementos que estão hoje nos bombeiros que vieram como infantes e cadetes e queremos também ativar essa escola.”