O diretor do Departamento de Estudos do Santuário de Fátima considerou no sábado 28 de Fevereiro, que a transformação do fenómeno de Fátima em fenómeno de massas teria sido impossível “sem a imagem e sem o som”.
Marco Daniel Duarte, ao participar nas II Jornadas de Arquivo do Santuário de Fátima, sublinhou que as imagens são “memória de uma época que ajudam a recriar Fátima” e lembrou que, “em julho de 1917, já lá havia um fotógrafo a retratar os acontecimentos”.
Este responsável, citado na página do Santuário na Internet, realçou a importância das fotos dos peregrinos que se tornam “protagonistas” daquele lugar, porque se representam a si próprios nas fotografias, ou a sua atitude devocional, quando “caminham em direção ao altar, que é uma imagem transversal desde outubro de 1917 até aos dias de hoje. Em Fátima há uma transversalidade da figura humana”.
Subordinadas ao tema “Os arquivos audiovisuais e o conhecimento dos fenómenos históricos contemporâneos”, as Jornadas contaram com a participação de cerca de 150 pessoas, perante as quais, Marco Daniel Duarte sublinhou a “especificidade do arquivo do Santuário de Fátima, único dentro e fora da Igreja”.
Segundo o Santuário, o seu Núcleo Audiovisual tem cerca 330 mil fotografias, entre as quais90 mil analógicas (negativos em vidro, negativos em película e simples provas fotográficas), datando a foto mais antiga de 13 de julho de 1917.
Quanto a vídeos e áudios, o Núcleo Audiovisual do Santuário de Fátima tem um pré-inventário com 2.300 registos, estando os 44 mais antigos depositados na Cinemateca, num total de 44 registos.
“O Núcleo Audiovisual desta instituição é uma preciosidade, porque não é comum um arquivo destas dimensões”, disse o diretor do Departamento de Estudos do Santuário de Fátima.
Por sua vez, o diretor Adjunto do Arquivo da Rádio Televisão de Portugal, Hilário Lopes, alertou que “é difícil a preservação física dos arquivos audiovisuais, por ser cara, uma vez que deve haver suporte físico e digital”.
As instituições têm de “acautelar a migração dos seus arquivos para os novos suportes que a tecnologia em cada momento oferece”, defendeu.
A jornalista Helena Matos, que abordou o tema “O fenómeno histórico de Fátima nos Arquivos da RTP”, frisou que “Fátima é o maior movimento de massas do século XX” em Portugal e considerou que “a história da RTP está indelevelmente associada a Fátima, porque a vinda do Papa Paulo VI a Fátima em 1967, marca o início das grandes transmissões da estação de televisão”.
Lusa