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Feira do Tejo: “Uma festa das pessoas e das coletividades, onde todos dignificam o concelho”

10/06/2017 às 00:00

Fernando Freire, presidente da CM de VN da Barquinha, admite que a Feira do Tejo 2017 é um projeto consolidado, centrado num espaço privilegiado do concelho - o Barquinha Parque. O autarca faz um olhar sobre os últimos anos e sobre algumas intervenções autárquicas futuras.

A Feira do Tejo vai contar com vários momentos culturais, musicais e gastronómicos em Vila Nova da Barquinha. O que destaca neste programa festivo?

São vários dias, com vários eventos que envolvem muitas forças vivas do concelho. Muita música, arte, teatro e dança. Destaco essencialmente uma simbiose perfeita entre as coletividades e o Município, entre as forças vivas do concelho e também a sua vivência e experiência de anos anteriores. Vamos ter balonismo, passeios de motard, de canoas no rio e muita música durante a noite.

E no que diz respeito a essa música que vai invadir o certame, vamos ter nomes sonantes do panorama musical português?

Sim, na sexta-feira vamos ter MOONSHINERS, no sábado um grupo muito conhecido os AMOR ELECTRO, que tem corrido o país e no domingo vamos ter os ARREGAITA & CONVIDADOS, um grupo com gente de Vila Nova da Barquinha. Na segunda-feira, vamos ter a ANA LAÍNS e como é tradição a Orquestra Ligeira do Exército com fogo-de-artifício sincronizado. Estes são de facto os cabeças de cartaz, mas quero destacar a muita aderência por parte das próprias comunidades, das escolas e de todas as pessoas nas festas.

Esta é uma festa das pessoas de VN da Barquinha? É uma festa das suas coletividades?

Não tenho dúvidas quanto a isso. É uma festa das pessoas, das coletividades, das associações de pais, dos docentes, dos alunos e também, essencialmente, das pessoas da Universidade Sénior. De facto, é uma festa em que todos colaboram, todos participam e no fundo todos dignificam o concelho.

 Podemos dizer que é o momento alto do próprio concelho?  

Felizmente o concelho tem vários momentos altos durante o ano, mesmo em termos de eventos culturais, resultantes da excelente parceria que temos com as várias coletividades. Este ano, vamos ter os 500 anos do Foral de Tancos e vamos ter a Festa Templária em Almourol. Mas nesta altura, importa destacar as festas do concelho, importa enquadrá-las, com um parque único em termos de paisagem, onde as pessoas podem circular à vontade. Um parque ribeirinho que tem uma excelente apresentação e que nestes dias efetivamente se veste de gala para receber as pessoas de outros concelhos.

Podemos dizer que o modelo das festas está consolidado?

Sim, em equipa que ganha não se mexe (risos). Neste caso, em concreto, temos tido excelentes resultados, nomeadamente as coletividades com as suas tasquinhas, estão sempre presentes e envolvidas a servir vários petiscos e jantares. As pessoas vivem e sentem a festa, seria muito mau que eventualmente houvesse aqui alguma alteração, quando de facto as pessoas se sentem felizes e respiram qualidade de vida. É isso que se passa nas festas de Vila Nova da Barquinha, onde podemos passear e onde podemos sorrir.

Qual é o investimento alocado nesta edição 2017 da Feira do Tejo?

Muito perto de 60 mil euros. Trata-se de uma política de contenção. Sem prejuízo objetivamente fazemos a festa. É esse o nosso destino até que melhores ventos, ou melhores ondas templárias passem aqui no território.

No que diz respeito a obras, que outras intervenções vão surgir no castelo de Almourol?

Depois de feita a conservação das muralhas, neste momento estamos já na fase da intervenção da ilha. Estamos a realizar uma requalificação do espaço envolvente, dos acessos locais, nomeadamente dotá-los com alguma mobilidade. É evidente que estamos a falar de um território complexo, onde infelizmente os deficientes não poderão visitá-lo. O objetivo era que eles pudessem visitar o castelo, mas por contingências do próprio relevo, isso torna-se impossível. Mas para as pessoas com alguma mobilidade, o objetivo é requalificar o local desde o cais até ao próprio castelo com escadarias e com piso regular.

Vamos ainda retirar da própria ilha alguns elementos, no fundo atípicos, estranhos à própria ilha. Alguns blocos de cimento que foram colocados e que no fundo são incomuns e não fazem parte do património natural da ilha de Almourol.

No que diz respeito a previsões, na ilha, esperamos avançar ainda este ano. O cais, só no próximo.

Está prevista a criação de percursos ribeirinhos que vão permitir ligar alguns concelhos do Médio Tejo. Como está a ser desenvolvido o projeto em VN da Barquinha?

 É um projeto que já sonhamos há muito tempo. O objetivo é de facto ligar-nos. Nesta altura, já estamos na fase final da marcação dos percursos. Queremos tornar o rio Tejo muito mais turístico e cultural. Vamos proceder à criação de pontes, passadiços, algumas intervenções complexas. Por exemplo, um projeto é um passadiço que ronda os 100 metros de comprimento. Tudo isto vai permitir, numa primeira fase, fazer os chamados passeios ribeirinhos daqui a Almourol e de Almourol a Constância.

Fazendo um olhar sobre este mandato, o que é que o caraterizou e quais foram os principais desafios?

Estes anos implicaram um grande dever de contenção dos dinheiros públicos. Uma nova organização da própria dívida da Câmara Municipal, muita contenção e parcimónia com a colaboração de todos os colaboradores. Passámos de cinco chefes de divisão para um, tivemos de reduzir por imperativo da troika e as coisas continuaram-se a fazer.

Não há nenhum projeto de fundos comunitários que não nos tenhamos candidatado. A todas as oportunidades, não só públicas como privadas, temos respondido em conformidade. Com esta nova filosofia dos fundos comunitários, as Câmaras Municipais não têm somente uma visibilidade pública de acudir às populações, como têm o dever imperativo de ajudar os privados a fazer investimentos.

E quanto a objetivos futuros?

Queremos dar continuidade à estratégia que tem sido levada a cabo no âmbito da ciência e da arte. Essa estratégia não poderá ser descurada sob pena da requalificação urbana e do alindar da própria vila no fundo se perder. Esse era um erro estratégico. Outra vertente que terá de ser continuada é o valorizar a criação de novas empresas, pois são elas que nos dão riqueza.

 

Joana Margarida Carvalho

Crédito: Pérsio Basso

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