O Governo decidiu hoje que “não é necessário voltar a ativar a situação de alerta” para responder aos incêndios florestais, tendo em conta que para os próximos dias está previsto “um cenário tipicamente de verão” relativamente à meteorologia.
A secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, afirmou que “não é necessário voltar ativar a situação de alerta”, mas o risco de incêndio rural mantém-se devido à situação de seca extrema.
Patrícia Gaspar avançou que o mecanismo de resposta operacional e vigilância, que vai ser reforçado, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e da GNR “são suficientes para fazer face a eventuais ocorrências que possam surgir”.
A secretária de Estado da Proteção Civil falava aos jornalistas na sede da ANEPC, em Carnaxide, Oeiras, após uma reunião, por videoconferência, com membros das áreas governativas da Defesa Nacional, Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Saúde, Ambiente e Ação Climática e Agricultura e Alimentação para avaliação das condições meteorológicas e do risco de incêndio.
“Nos próximos dias vamos ter um cenário tipicamente de verão. Este cenário contudo vai contemplar um amento do vento, sobretudo nas regiões do interior Norte e Centro, baixo Alentejo e Algarve. Este cenário é compensado por uma baixa das temperaturas, embora não muito significativa, e agravado com a situação de seca, em que grande parte do território está em seca extrema”, disse Patrícia Gaspar.
A secretária de Estado sustentou que, apesar de o Governo não ter decretado situação de alerta, “não se vai baixar a guarda” e “todos os mecanismos estão operacionalizados” para que os próximos dias possam decorrer da melhor forma possível.
“O dispositivo de resposta operacional, de prevenção e de reforço de vigilância são, à partida, suficientes para se poder encarar estes próximos dias”, preciso, ressalvando que se mantêm “uma estreita monitorização da evolução da situação, quer operacional, quer meteorológica”.
A secretária de Estado explicou que é feito recurso aos mecanismos que decorrem da Lei de Bases de Proteção Civil, como a situação de alerta ou contingência, em “situações absolutamente excecionais” como foram as últimas duas semanas.
“Deverão ser resguardados para situações absolutamente excecionais”, sustentou.
Patrícia Gaspar relembrou que continuam em vigor as regras e restrições em relação ao uso do fogo, sendo necessário adequar os comportamentos aos espaços florestais e rurais.
Sobre o uso de maquinaria agrícola em espaços florestais, a governante deu conta que as áreas das florestas e agricultura vão reforçar junto das associações mais expressivas do setor a “mensagem de cautela e precaução” sobre a sua utilização.
Patrícia Gaspar afirmou que a situação volta a ser reavaliada no final do dia de terça-feira.
Também presente na conferência de imprensa, o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, avançou que vai ser ativado nos distritos de Beja e Faro o nível vermelho, o mais elevado, do estado de alerta especial para o dispositivo de combate a incêndios rurais devido ao aumento do vento.
Segundo André Fernandes, estes dois distritos vão estar em alerta vermelho entre segunda-feira e terça-feira, sendo depois a situação a avaliada.
“Com isto vai haver um reforço de meios dos corpos dos bombeiros e da GNR de apoio ao combate, vamos ter aqui um pré-posicionamento do meios substancial”, disse, especificando que estes dois distritos vão ter mais cerca de 300 operacionais em relação ao dispositivo que já estava definido para esta época do ano.
André Fernandes sublinhou que o posicionamento de meios no terreno será "ajustados dia a dia para adequar aquilo que é uma resposta rápida e musculada às ignições que surjam”.
O responsável acrescentou que os distritos de Vila Real, Bragança, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Santarém e Portalegre vão manter-se nos próximos dois dias em alerta laranja, o segundo mais grave, em relação à mobilização do dispositivo.
“Mantemos o pré-posicionamento de meios nos distritos do interior do Norte e Centro, que se mantêm em estado laranja e foi também solicitado à GNR o reforço do patrulhamento e vigilância nestas zonas onde existe maior potencial de haver incêndios de maior dimensão”, sublinhou.
O comandante nacional disse ainda que as condições de intensidade dos incêndios e progressão mantêm-se devido à situação de seca.
Portugal continental deixou de estar na quinta-feira em situação de alerta devido ao risco de incêndio, tendo estado anteriormente e durante uma semana em situação de contingência, nível intermédio de resposta entre alerta (mais baixo) e de calamidade (mais grave).
Lusa