A secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira, destacou hoje a inovação, empreendedorismo e dinâmica empresarial a que já se assiste nos territórios do interior, que ganharam uma nova centralidade com a pandemia da covid-19.
"É verdade que todos os territórios do interior têm um potencial muito grande do ponto de vista dos seus recursos endógenos, mas souberam valorizar esses recursos com dinâmicas empreendedoras e empresariais que diversificam a base económica, que capacitam os territórios e que os tornam mais competitivos", salientou a governante.
Isabel Ferreira falava em Alvaiázere, no distrito de Leiria, na sessão de abertura de um "bootcamp" (treino) no "programa de ideação em turismo", denominado ‘Green Up', e que tem a sustentabilidade dos territórios e a promoção da economia circular como pilares, que vai decorrer naquele concelho hoje e na sexta-feira.
Sessenta e seis empreendedores de 38 ‘startups' selecionadas com projetos para aproveitar o aumento da procura turística no Interior devido à pandemia vão, nestes dois dias, receber formação e mentoria de especialistas em turismo, empresários, investidores e académicos.
Para a secretária de Estado, esta iniciativa promovida pela empresa de consultoria Territórios Criativos e pelo Turismo de Portugal "representa o que é o interior hoje, em 2020, que vai muito mais para além dos recursos endógenos na sua forma mais convencional ou tradicional".
"Projetos como este representam o interior atual, já bastante dinâmico, que traz inovação aos recursos endógenos, atividades de empreendedorismo e dinâmica empresarial, que são sementes para a capacitação e valorização dos territórios", sublinhou.
Para Isabel Ferreira, projetos como o Green Up "vão propiciar um futuro, a curto e médio prazo, muito promissor, pois, felizmente, têm tido estas dinâmicas de colocar a inovação, o empreendedorismo e a atividade empresarial no centro das políticas de valorização dos seus territórios".
A governante frisou que, no período de verão, se observou "uma grande procura dos territórios do interior, pelo que também lhes cabe utilizar todo esse potencial, consolidá-lo e fazer com que permaneça no futuro para depois fixar turistas e atraí-los de forma mais permanente".
Em declarações à agência Lusa, salientou ainda que as dinâmicas de parceria entre autarquias, empresas e centros de conhecimento "trazem estratégias que permanecem no território, que os capacitam e os tornam mais resilientes", nomeadamente através da criação de "mais oportunidades de emprego, fixação e atração de pessoas".
"Isto só se consegue com dinâmicas empreendedoras, empresariais, diversificando a base económica e com diferentes setores de atividade que deixam essa semente para o futuro", acrescentou a secretária de Estado da Valorização do Interior.
Isabel Ferreira disse ter a "certeza que esta estratégia dos territórios e os apoios que o Governo também está a disponibilizar, nomeadamente de apoio à inovação produtiva, ao emprego qualificado, à investigação e desenvolvimento tecnológico e ao empreendedorismo, também vão ter impacto real nos territórios".
Segundo Luís Martins, da empresa Territórios Criativos, os territórios do interior, através de um "turismo identitário", aumentaram a sua competitividade desde o início da pandemia da covid-19, contrariamente ao turismo de massas que passa por um "período conturbado".
Para o administrador executivo da empresa, os territórios do interior e de baixa densidade "têm aqui oportunidades" para atrair e fixar pessoas, desenvolvendo competências para fazer crescer a atividade económica.
A terceira edição do Green Up, que selecionou 38 projetos para o "bootcamp", de entre 110 candidaturas recebidas, termina no dia 27 de janeiro de 2021, em Coruche, no distrito de Santarém, com o anúncio dos três vencedores, que recebem prémios pecuniários, embora todos os projetos continuem a ser acompanhados até 27 de fevereiro.
Lusa