Os ministros da Defesa e da Admnistração Interna destacaram hoje que o país está melhor preparado para combater os incêndios florestais, após a aquisição de dois aviões Canadair, que só deverão ser entregues a partir de 2029.
Os ministros da Defesa Nacional, Nuno Melo, e da Administração Interna, Margarida Blasco, marcaram hoje presença na cerimónia de assinatura de aquisição de dois aviões bombardeiros pesados DHC-515, dedicados ao combate a incêndios rurais, no Museu do Ar, em Sintra.
Com um custo de aproximadamente 100 milhões de euros, os cargos desta aquisição vão ser maioritariamente suportados por fundos europeus, com o Estado a ficar encarregado de uma verba entre os 10 e os 16 milhões de euros. Apesar de o contrato ter sido assinado hoje, a entrega da primeira aeronave só está prevista para 2029 e a segunda para 2030.
Num discurso durante a cerimónia, a ministra da Administração Interna considerou que a assinatura deste contrato é “um momento essencial para a Proteção Civil portuguesa” e vai permitir a Portugal “reforçar a preparação e a resposta aos incêndios florestais”, seja a nível nacional ou europeu.
“Acreditamos que a nossa posição geográfica pode oferecer uma localização estratégica para prestar rapidamente assistência entre os países do sul da União e os países mediterrânicos. Por isso, estamos verdadeiramente convencidos de que este é o primeiro passo para uma cooperação colaborativa e ainda mais eficiente entre Portugal e a Comissão Europeia”, referiu.
A ministra da Administração Interna sublinhou que os últimos anos têm demonstrado que os incêndios florestais “não acontecem apenas nos países do Sul”, referindo que mesmo países como a Suécia ou a Alemanha tiveram recentemente de recorrer ao mecanismo europeu de proteção civil devido aos incêndios florestais.
“Isto já não é um problema de apenas alguns Estados-membros. É um problema da Europa e, posso mesmo dizer, um problema mundial”, frisou, defendendo que só uma ação conjunta entre os Estados-membros e a Comissão Europeia pode permitir “alcançar melhores resultados” no combate aos incêndios.
“Não restam dúvidas de que este apoio, no valor de cerca de 100 milhões de euros, se revela absolutamente fundamental para que Portugal e Europa possam com maior confiança enfrentar os desafios futuros nesta área”, sustentou.
Por sua vez, o ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, destacou que o contrato de hoje mostra também “um compromisso para a edificação de uma nova capacidade” de reforço dos meios de combate aos incêndios em Portugal, salientando que, apesar do financiamento europeu, a aquisição destas duas aeronaves também comportou “um esforço grande do Estado português”.
“São momentos como estes que nos permitem também perceber que o exercício do poder político pode ajudar a fazer muita diferença. Não fosse o poder político, esta aquisição não acontecia. Mas esta decisão, que é política, não tenho nenhuma dúvida, ajudará no futuro a salvar vidas e ajudará a proteger muito do património”, frisou.
Nuno Melo aproveitou também a ocasião para defender que “as Forças Armadas não são um capricho”, destacando o papel que desempenham “em tempo de paz”, em particular no que se refere à Força Aérea que, segundo disse, está empenhada no combate aos incêndios, em missões de busca e salvamento, no transporte de órgãos vitais, no combate ao tráfico de pessoas e de droga ou em missões de defesa da democracia e da paz.
“Isto são as Forças Armadas e isto é a Força Aérea Portuguesa, e é por isso que o Estado deve salvaguardar esta circunstância, investindo e assegurando, não só na essência, mas principalmente na funcionalidade, aquilo que são as Forças Armadas que permitem tudo isto”, defendeu Nuno Melo.
A compra destas duas aeronaves insere-se num plano de aquisição de meios aéreos próprios do Estado para prevenção e combate a incêndios florestais. No âmbito deste plano, a Força Aérea recebeu, em novembro de 2023, dois helicópteros médios Black Hawk e dois helicópteros ligeiros.
Lusa