O Governo prevê oficializar no final desta semana a criação de 100 novas Equipas de Intervenção Permanente (EIP), compostas por bombeiros profissionais, nas corporações de bombeiros, anunciou ontem a secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar.
“Até ao final desta semana conto assinar o despacho para o primeiro semestre de 2022, onde apontamos para mais 100 equipas. Em função daquilo que venha a ser a disponibilidade no segundo semestre veremos. Depende de como a situação vai evoluindo”, disse a secretária de Estado a jornalistas no final de uma cerimónia de assinatura de protocolos entre a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), a Câmara Municipal de Loures e associações humanitárias de bombeiros voluntários deste concelho do distrito de Lisboa.
Os protocolos pretendem reforçar a capacidade operacional dos bombeiros voluntários do concelho de Loures com meios técnicos e humanos, permitindo a constituição de EIP nas quatro corporações de bombeiros do município onde estas equipas ainda não existiam, nomeadamente, Fanhões, Loures, Moscavide e Portela e Zambujal.
“Nós temos um regime de bombeiros que, na prática, assenta no voluntariado. O voluntariado vai ter sempre de se manter, contudo os desafios do dia de hoje não são compatíveis com um regime que assente exclusivamente no voluntariado. É fundamental garantir que, gradualmente, vamos conseguindo apostar mais nessa profissionalização e se consiga cobrir as 24 horas do dia em todos os concelhos”, apontou a governante.
Neste momento, em Portugal estão já implementadas cerca de 500 EPI, compostas por 2.500 bombeiros com vínculo profissional.
“Protocoladas temos cerca de 563, o que significa que ainda há aqui algumas que já tendo o protocolo ainda não estão em funcionamento, mas esperamos que vá ser agora rapidamente”, disse.
O presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão (PS), congratulou-se com o facto de todas as corporações de bombeiros passarem a ter uma EIP, sublinhando que se trata de um concelho com “muitos desafios, uma vez que tem realidade urbana e rural”.
“Este objetivo do Governo de ter, pelo menos, uma EIP por cada corporação nós já atingimos os 100%. Porque é importante nessa lógica, que é a profissionalização, e ter equipas em permanência para dar esse socorro necessário à população. Portanto, hoje é um momento para nós feliz porque o concelho fica mais seguro”, sublinhou.
Criadas em 2001, estas equipas são constituídas por cinco elementos cada, que estão em permanência nos quartéis de bombeiros para ocorrer a qualquer situação de urgência e emergência registada no concelho.
Segundo o MAI, atualmente existem no país 406 EPI, 337 (83%) das quais foram criadas desde 2017 no quadro da reforma do sistema de emergência e proteção civil.