Os comboios e as estações da CP estão hoje sem limpeza devido à greve dos trabalhadores da Ambiente e Jardim, que, no entanto, não causou nenhuma supressão na circulação durante a manhã.
Os trabalhadores iniciaram hoje uma greve de seis dias contra a falta de pagamento dos salários de julho e agosto por parte da empresa de limpeza industrial Ambiente e Jardim e, segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Actividades Diversas (STAD), a adesão foi quase total a nível nacional.
"A adesão à greve na limpeza dos comboios foi de 100% em Faro, Coimbra e Entroncamento, de 99% na zona do Porto e de 95% na zona de Lisboa, enquanto na limpeza das estações foi de 100%", disse à agência Lusa Vivalda Silva, coordenadora do STAD.
A CP tinha admitido em comunicado que esta greve poderia causar algumas perturbações na circulação de comboios, mas fonte oficial da empresa disse à Lusa que durante a manhã não houve qualquer supressão.
Os cerca de 500 trabalhadores da Ambiente e Jardim têm continuado a desempenhar o serviço de limpeza dos comboios da CP, das estações ferroviárias da IP – Infraestruturas de Portugal, e da Câmara Municipal de Sintra, apesar de estarem sem receber salário há dois meses.
Os trabalhadores já concretizaram várias ações de luta e o STAD tem tido reuniões com os clientes da Ambiente e Jardim, que têm vindo a substituir esta empresa por outras do setor, que asseguraram aos trabalhadores a manutenção dos respetivos postos de trabalho.
O Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, e a Câmara Municipal de Sintra também tomaram essa decisão recentemente e o STAD espera que a CP e a IP também o façam.
Vivalda Silva disse à Lusa que a CP convocou o sindicato para uma reunião ao início da tarde e afirmou que a greve deverá ser levantada se a empresa apresentar uma solução para a situação.
Fonte da CP disse à Lusa que a CP vai rescindir o contrato com a Ambiente e Jardim e lançar um concurso com urgência para um novo contrato.
Segundo o STAD, esta não é a primeira vez que os salários estão em atraso, uma vez que as remunerações de maio só foram pagas no dia 15 de junho, após uma greve dos trabalhadores.
Lusa