“Somos por novos Inícios” é o nome da Campanha de apoio à reflorestação nos concelhos de Abrantes, Sardoal, Vila de Rei, Sertã e Mação, ontem apresentada no Cleanlab – Laboratório de Análises Clínicas, em Abrantes.
Por cada utente atendido no laboratório, até ao dia 31 de julho, a empresa compromete-se a entregar uma árvore a plantar numa das áreas ardidas nos grandes incêndios do verão de 2017.
Clotilde Roldão e Amaral Lopes, da direção do Clenlab, explicaram que a campanha sai fora da atividade da empresa, mas que a mesma “não podia ficar indiferente” ao flagelo dos fogos, tendo assumido o compromisso de contribuir para a preservação do ambiente e dos ecossistemas atingidos, no âmbito da sua responsabilidade social.
“Todos os anos, no quadro daquilo que é a nossa responsabilidade temos vindo a apoiar várias instituições, de modo geral as Instituições Particulares de Solidariedade Social. Contudo, tendo em conta os acontecimentos que ocorreram o ano passado, o laboratório entendeu que não podia ficar indiferente. Então, decidimos acrescentar o pilar do Ambiente àquilo que é a nossa responsabilidade social”, afirmou Amaral Lopes.
“É neste sentido que nos comprometemos, por cada utente que visite o nosso laboratório, que venha aqui fazer análises, entre o dia 1 de fevereiro a 31 de julho, a plantar uma árvore”, salientou o responsável.
André Nunes, Maria do Céu Albuquerque, Clotilde Roldão e Amaral Lopes
Intitulada “Somos por Novos Inícios”, a Campanha tem como objetivo a preservação do ambiente e dos ecossistemas e apoiar projetos de reflorestação das áreas ardidas.
No que diz respeito aos parceiros, o Cleanlab assinou ontem um protocolo de parceria com a Gestiverde, de Abrantes, que dará apoio nos serviços de consultadoria, através do acompanhamento técnico, a gestão de investimentos e a execução de trabalhos agroflorestais. Será a Gestiverde a assumir a reflorestação no território abrantino, em concreto na ZIF de Aldeia do Mato.
Já no que se refere ao concelho de Vila de Rei, será o Município a levar por diante o trabalho de reflorestação no Penedo Furado. Em Mação, será a AfloMação a proceder ao trabalho de reflorestação no Vale do Rato. No Sardoal, será a Misericórdia a assumir os trabalhos no terreno. E, por último, na Sertã ainda não está definido o local.
“Nós entendemos, que devíamos encontrar o interlocutor, o parceiro certo e, neste sentido, entendemos que as Câmaras Municipais, porque são elas que estão no terreno, são elas que conhecem as dificuldades, deveriam ser o primeiro interlocutor e o facilitador, não só para nos ajudar a encontrar um parceiro certo para pormos esta campanha em prática, mas para nos dar o apoio institucional ou o reconhecimento que precisamos para levar a cabo a iniciativa”, explicou Amaral Lopes.
“Estamos numa fase em que a Campanha está a decorrer. E também é nossa vontade, que no dia do Ambiente levar a cabo, de uma forma simbólica, em colaboração com a Câmara Municipal, a plantação de algumas árvores”, referiu o responsável, tendo acrescentado que o objetivo da ação é atingir os cerca de 10 a 14 hectares de mancha florestal reflorestada.
“O laboratório dá o pontapé de saída e as primeiras 5 mil árvores serão oferecidas pelo laboratório. 1000 por cada Município”, garantiu.
Na cerimónia, André Nunes, da Gestiverde, lembrou todo o trabalho desenvolvido na ZIF de Aldeia do Mato, que ficou comprometido com os fogos do verão passado.
“Há uma responsabilidade do território, começando pelos proprietários. Desde 14 de agosto de 2008 reúnem-se em Zona de Intervenção Florestal para fazerem uma gestão integrada do seu território, para que saibam o que são as limitações de uma propriedade de pequena dimensão e consigam ganhar escala na intervenção e na abrangência da sua atividade. Eles tiveram esse trabalho, que vai fazer agora 10 anos, e quando iriam colher frutos desse trabalho, ao longo destes anos, viram-se na iminência de repensar tudo aquilo que fizeram”, explicou André Nunes.
A Campanha “é agora uma contribuição importante e com esta oportunidade acreditamos que podemos ajudar não só a tornar a praia fluvial de Aldeia do Mato mais feliz, que se encontra um pouco infeliz, e a criar valor para que as gerações futuras possam aproveitar”, salientou.
Quanto às espécies que serão utilizadas para rearborizar aquela zona, André Nunes lembrou que é necessário ter em conta as características do solo e que a aposta será nas mesmas espécies de árvores que se encontravam, o pinheiro bravo e o pinheiro manso.
Por sua vez, Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, congratulou-se com a ação do Laboratório de Análises Clínicas e disse entender “que a responsabilidade em matéria de Proteção Civil não é exclusivamente das entidades que têm essa competência de forma mais direta, como é o caso das Câmaras Municipais. Mas, cada cidadão por si, também tem de ser ele próprio agente de Proteção Civil”.
“Depois do que vivemos no último ano ninguém fica indiferente e o trabalho que se está a fazer hoje no país é um trabalho hercúleo de evitar que novas situações como as que vivemos no ano passado se repitam”, reforçou a presidente, tendo lembrado que “chegámos a este ponto porque há décadas e décadas de trabalho por fazer e não se resolve em seis meses ou num ano”.
André Nunes, Maria do Céu Albuquerque e Clotilde Roldão
Maria do Céu Albuquerque referiu que “há toda uma prática que tem de ser levada por diante, nomeadamente ao nível do ordenamento do território para podermos evitar que fenómenos como aqueles que aconteceram, e que vão acontecer atendendo às alterações climáticas, possam ter as consequências que infelizmente tivemos o passado ano”.
A autarca avançou ainda que a Câmara já tinha intenção de proceder à reflorestação da ZIF de Aldeia do Mato e que agora com este apoio do laboratório todo o trabalho será “facilitado”.
Para além de alguns convidados, marcou presença ontem na apresentação da Campanha, Paulo Cesar Luís, vice-presidente da Câmara de Vila de Rei, Anacleto Batista, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Sardoal e Nuno Morgado, comandante dos Bombeiros Municipais de Sardoal.
A plantação das árvores nas zonas afetadas pelos incêndios será articulada com os Municípios, as entidades recetoras e o Laboratório Clenlab, podendo ocorrer ao longo da campanha de plantação em 2018 e em 2019.