Jorge Ferreira Dias esteve esta manhã na reunião da Câmara Municipal de Abrantes e só saiu depois de escoltado pela PSP.
O empresário abrantino, no uso da palavra no período destinado aos cidadãos, voltou a falar das alegadas irregularidades cometidas ao longo dos anos nos processos que tem com a Câmara Municipal de Abrantes.
Falou dos prédios da Ferraria, da ETAR dos Carochos e também dos terrenos da Encosta da Barata que envolvem a Mercar.
Tudo foi explicado pelo empresário que deixou documentos para análise e tudo foi ouvido pelo Executivo. Quando Jorge Ferreira Dias ultrapassou em muito o tempo destinado ao público, o presidente Manuel Jorge Valamatos voltou a alertar o empresário para esse facto.
Jorge Ferreira Dias dirigiu-se ao presidente da Câmara dizendo que “o senhor está de coração aberto, aqui é a casa da Democracia... quero que vejam isto com atenção”, pedindo também o mesmo aos dois vereadores da oposição.
Tudo parecia estar terminado quando, sem nada o fazer prever, os ânimos exaltaram-se. Manuel Jorge Valamatos pediu respeito e Jorge Ferreira Dias pediu o mesmo.
“Levaram-me à insolvência... eu estou a passar fome neste momento... cuidado, não brinquem mais comigo”, disse o empresário, já sem se conseguir controlar.
Mas foi quando Jorge Ferreira Dias disse que “isto é a casa da calhordice, das vigarices, seus malandros”, que o presidente da Câmara o convidou a sair. E Jorge Ferreira Dias assentiu, dizendo “saio sim senhor”. Mas acrescentou: “saio para não vir cá a polícia, se não mandava isto pelo ar. Vocês não sabem a força e o poder que eu tenho”. Manuel Jorge Valamatos disse que “o senhor não tem o direito de fazer isso” e pediu para que fosse chamada a polícia.
“Já chega, já chega...” foi dizendo o empresário enquanto pedia aos vereadores da oposição que olhassem e analisassem os documentos. Dirigindo-se diretamente ao vereador Rui Santos, do PSD, disse que “o senhor não está aí a fazer nada. O senhor colabora com a pandilha”.
Jorge Ferreira Dias sentou-se, disse que queria “um processo-crime” e afirmou que só sairia do Salão Nobre acompanhado pela PSP. E assim fez...
Passados poucos minutos, dois agentes da PSP de Abrantes chegaram ao local e, sem resistência, acompanharam Jorge Ferreira Dias à porta.
Depois de terminada a reunião de Câmara, que esteve interrompida até à chegada da PSP, e ainda visivelmente perturbado, o presidente da Câmara de Abrantes afirmou aos jornalistas não saber “qual o objetivo” do empresário.
“Aquilo que vamos fazer neste momento é, junto das autoridades, tentar perceber o que devemos concretizar porque não é a primeira vez, são múltiplas as vezes em que somos ameaçados e parece-nos que é perfeitamente injusto. Não faz sentido vivermos sob o efeito de ameaças e vamos tomar as nossas providências”, disse Manuel Jorge Valamatos.
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