Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, deixou um agradecimento a todas as pessoas e instituições que trabalham com os idosos do concelho. Foi assim que o autarca fez a abertura das Jornadas Sociais e da Saúde de Abrantes onde esteve acompanhado pela Secretária de Estado da Igualdade e das Migrações, Isabel Almeida Rodrigues.
O presidente deixou também uma nota para a UTIA (Universidade da Terceira Idade de Abrantes) que recebeu a governante e os participantes com a interpretação de dois temas musicais.
Manuel Jorge Valamatos começou por enquadrar a sociedade dos nossos dias, numas jornadas que “estão marcadas por uma guerra que nos leva para crise económica”. Depois passou a elencar algumas medidas desenvolvidas no concelho nesta matéria de questões sociais, tendo destacado a inovação do “botão de pânico” para sinalizar a violência doméstica desenvolvido pelo município.
Depois identificou uma das grandes preocupações que aponta para a população mais idosa. “Temos uma dívida de gratidão para os nossos idosos. É uma responsabilidade de todos dando-lhes a atenção devida”, destacou o presidente da Câmara.
O autarca deixou também a certeza de que “estes dias deverão apresentar respostas a ser aplicadas pelo Município e pela rede social do concelho.”
Manuel Jorge Valamatos, presidente CM Abrantes
Isabel Almeida Rodrigues, secretária de Estado da Igualdade e das Migrações, começou por fazer a ligação com a cidade e com as próprias jornadas, destacando o próprio lema das mesmas: A inclusão faz Abrantes.
A governante, tal como o autarca, identificou os últimos anos da sociedade mundial e portuguesa, “passámos a crise das dívidas soberanas e depois chegou a Covid. E quando tínhamos feito esta aprendizagem e estávamos a retomar as nossas vidas tivemos algo impensável com a invasão da Ucrânia. E temos uma nova crise económica”. E depois vincou ainda outro fator não menos importante “há conflitos que subsistem em África e no Médio Oriente. E há a fome em África com a falta dos cereais da Ucrânia.”
Isabel Almeida Rodrigues, secretária de Estado
Depois, e na sua área de governação, Isabel Almeida Rodrigues, frisou que nas migrações, hoje, “não falamos só em refugiados, temos pessoas e famílias que vêm para Portugal em busca de melhores condições de vida.”
E sobre este fator a governante destacou a operação que há duas semanas foi desenvolvida uma operação no Alentejo e que os “os direitos humanos têm de fazer parte das nossas vidas.”
A secretária de Estado não esqueceu que o concelho de Abrantes tem sido presença assídua nos prémios “Viver em Igualdade”. Abrantes, em seis edições deste prémio, tem cinco prémios e uma menção honrosa.
Depois deu conta que Plano para a Igualdade, em Abrantes, existe desde 2012 e evocou os serviços do município no apoio à vítima de violência, violência doméstica e na igualdade de género.
Isabel Almeida Rodrigues, secretária de Estado
“Combater a violência doméstica é um dever de todos. A violência tem desde logo um problema que é o tempo que leva a ser denunciada uma situação de violência doméstica. Felizmente tem vindo a diminuir e cada vez mais deixam de ser tabus. Há uns anos, quando se falava destes temas as pessoas olhavam para o lado. Hoje não, fala se é há instituições que trabalham nestas matérias”, declarou Isabel Almeida Rodrigues.
Depois voltou-se para os números, que existem e não deixam de ser preocupantes. “Daqui a dez anos temos de estar a discutir os valores da diminuição da violência doméstica e não saber se temos apoio ou vagas nas casas de acolhimento.”
Depois deixou a nota que há muito mais agressores homens do que agressores femininos, mas com o reconhecimento de que estes também existem.
Hoje, nestes nossos tempos, emerge um outro problema social. Não em Portugal, mas a guerra e a fome começam a proporcionar “a oferta das jovens para casamento forçado em troca de dote para alimentar a família. Não é caso de Portugal, mas a fome é a guerra levam-nos a este estado de situações”, disse a secretária de Estado.
Isabel Almeida Rodrigues, secretária de Estado
Na sessão de encerramento a vereadora responsável pela área social da Câmara de Abrantes, Raquel Olhicas, fez um resumo alargado dos pontos principais que saíram das Jornadas e vincou algumas ações que estão a ser desenvolvidas noutras zonas e que podem ser importadas para a realidade de Abrantes.
Mesmo para fechar a vereadora indicou ainda aquilo que são os caminhos longos para serem trabalhados na área social e na área da violência doméstica, mas também na violência sobre idosos e sobre crianças.
Em Abrantes há um serviço de atendimento à vítima e está integrada na Rede Especializada de Intervenção na Violência (REIVA) e tem uma linha de apoio psicológico. Mesmo assim há, de acordo com Raquel Olhicas, uma necessidade premente de novas políticas, e decisivas: “apesar de fazermos muito, ainda é preciso fazer muito mais.”
Raquel Olhicas, vereadora CM Abrantes
As Jornadas Sociais e da Saúde de Abrantes abordaram temas como “Viver e envelhecer com qualidade de vida”, “Prevenção de doenças e promoção da segurança das pessoas idosas”, A experiência do Município de Abrantes no acolhimento e integração de pessoas refugiadas” e ainda uma palestra e sessão artística “Recuso ser vítima”.
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