Faleceu esta quarta-feira, 18 de setembro, o poeta José-Alberto Marques.
As exéquias religiosas estão marcadas para as 9:30 horas de dia 21 de setembro, na Capela de Sant'Ana, em Abrantes, seguindo depois para o Crematório do Entroncamento, onde irá a cremar pelas 11 horas.
O corpo estará em câmara ardente na Capela de Sant'Ana a partir das 18 horas desta sexta-feira, dia 20 de setembro.
José-Alberto Marques nasceu em Torres Novas em 1939 e frequentou a Licenciatura em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Foi obrigado a abandonar os estudos por razões económicas e começou a trabalhar, em diversas profissões, ao mesmo tempo que fazia o curso de história. Radicou-se em Abrantes desde a década de 1960, onde chegou de comboio para dar aulas de português na Escola D. Miguel de Almeida.
Das suas imensas atividades de intervenção cultural e artística, destaca-se a participação nos dois números da revista Poesia Experimental (1964, 1966) e na ‘Conferência-Objeto’ (Galeria Quadrante, 1967).
Recebeu o 1º Prémio Nacional de Literatura Infantojuvenil nas comemorações dos 20 anos do 25 de Abril, com o livro A Magia dos Sinais (1996). Em 1996 recebeu a medalha da cidade de Abrantes. Foi diretor da revista “Tudo como dantes” em 1991-1992.
De acordo com a biografia publicada o portal de bibliotecas públicas do Médio Tejo, José-Alberto Marques “esteve ligado ao movimento da poesia experimental portuguesa desde os inícios, no final de década de 50, a obra de José-Alberto Marques alia a experimentação fono e grafossemântica com um lirismo autobiográfico e uma aguda consciência social e política. O quotidiano pessoal é reenviado ao espaço social coletivo, e a insistente presença de um e de outro são reflexivamente interrogadas pela materialidade da língua e da escrita. Estas são, por vezes, objeto de operações de fragmentação e constelação gráfica, mas também de experimentação narrativa. A dimensão metalinguística e metapoética da mediação sígnica desenvolve-se em constante tensão, a um outro nível, com a presentificação do desejo sexual e do corpo do sujeito. A possibilidade de conhecimento e aprendizagem matérica do corpo nas formas da língua e da escrita é uma constante da sua obra poética e ficcional. Outra encontra-se numa reflexão quotidianizada sobre a possibilidade de transformação política e social do Portugal pós-revolucionário.”
Benfiquista ferrenho foi dirigente da Casa do Benfica em Abrantes e publicou um livro de poesia sobre futebol, “Águias sobrevoando”, e o “Zara” numa homenagem à cidade de Abrantes, de edição municipal. Na sua bibliografia tem mais de 20 títulos publicados, entre eles “Loendro”, “Sala hipóstila” ou “As tiras da roupa de Macbeth”.
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José-Alberto Marques esteve no «Disto & Daquilo» em outubro de 2019