Lou Ottens, engenheiro holandês que mudou a indústria musical com a invenção da cassete áudio portátil, e que rivalizou com a Sony no lançamento do disco compacto (CD), morreu aos 94 anos, anunciou a Philips.
"Lou era um homem extraordinário que amava tecnologia, embora as suas invenções tivessem um começo modesto", referiu em comunicado a empresa holandesa, para a qual Ottens trabalhou durante décadas.
Frustrado com o grande tamanho das bobinas do “magnetófono”, sistema de registo áudio desenvolvido pela Philips, Ottens dedicou-se durante anos a desenvolver uma versão portátil, o que viria a conseguir em 1962 com a cassete.
“A cassete foi inventada por enfado com o gravador que já existia, foi tão simples como isso”, disse Ottens numa entrevista à imprensa holandesa.
A pequena dimensão da cassete tornou a música, pela primeira vez, facilmente portátil, além de dar a uma nova geração a possibilidade de combinar vários registos, com compilações das suas músicas preferidas.
Entre a década de 1960 e 1980, 100 mil milhões de cassetes foram vendidas em todo o mundo.
Também sob liderança de Ottens, a Philips lançou-se então numa corrida com a japonesa Sony para o desenvolvimento de outra tecnologia audio revolucionária, o CD.
Mas no caso do disco compacto, foram os japoneses os pioneiros, tal como no leitor portátil de cassetes (`walkman´), algo que o próprio Ottens confessou ser uma frustração profissional.
"Ainda dói não termos tido um" `walkman´, disse o engenheiro da Philips à imprensa holandesa.
A avaliar pelas estatísticas mais recentes, a invenção de Ottens está a tornar-se de novo popular e poderá sobreviver-lhe ainda por muitos anos: em 2018, as vendas de cassetes nos Estados Unidos aumentaram 23%, para 219 mil, segundo a Nielsen Music.
Lusa