Movimento de utentes apela pelo fim de portagens e pede mais qualidade nas urgências hospitalares
O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) do Médio Tejo exigiu ontem maior qualidade no serviço de urgência dos hospitais de Abrantes, Tomar e Torres Novas e defendeu a abolição de portagens na A23 e A13.
A concentração da urgência do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) na unidade hospitalar de Abrantes “obriga à deslocação da população de toda a região para aquele hospital (…)” e, além de “grandes tempos de espera”, obriga ao pagamento de portagem para circular entre os três hospitais.
Assim, o MUSP reivindicou a descentralização das Urgências, a realização das obras prometidas no hospital de Abrantes e a abolição de portagens na A23 e A13.
O MUSP, segundo o seu porta-voz, Luís Alves, “recolheu 10 mil assinaturas da população” da região, que “reclama pelo avanço das obras de requalificação da urgência em Abrantes e pelo reforço desse serviço nas urgências básicas de Tomar e Torres Novas, para um serviço de proximidade e aumento da qualidade da prestação dos cuidados de saúde”.
Os utentes defendem a necessidade de “mais cuidados, mais profissionais e mais financiamento”, fazendo notar que as urgências básicas de Tomar e Torres Novas, funcionando com meios reduzidos, “obrigam ao frequente envio de doentes para a Unidade de Abrantes”, com o consequente congestionamento deste serviço.
“A exigência de urgência médico-cirúrgica nas três unidades rentabiliza a prestação de cuidados e é uma mais valia para toda a população”, sublinham.
Assim, os utentes da saúde do Médio Tejo defendem o “funcionamento de urgência médico-cirúrgica e pediatria nos três hospitais do CHMT, obras na urgência de Abrantes, dinamização da urgência obstétrica/maternidade em Abrantes, contratação de mais profissionais para humanizar os serviços e articulação com os Centros de Saúde”.
As Comissões de Utentes da Região do Médio Tejo lançaram em junho, e em simultâneo, um outro abaixo-assinado reivindicando a abolição de portagens na A23 e A13, e que foi subscrito ao longo daquele mês por 12 mil pessoas, segundo contas do MUSP.
Os documentos com as reivindicações e assinaturas vão ser enviados ao primeiro-ministro.
Constituído pelas unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas, separadas geograficamente entre si por cerca de 30 quilómetros, o CHMT funciona em regime de complementaridade de valências, abrangendo uma população na ordem dos 260 mil habitantes de 11 concelhos do Médio Tejo, no distrito de Santarém, Vila de Rei, de Castelo Branco, e ainda dos municípios de Gavião e Ponte de Sor, ambos de Portalegre.
Lusa/Fotos Antena Livre
*Reportagem radiofónica para ouvir esta sexta-feira, no alargado do 12h00.