Os meios aéreos de combate a incêndios rurais para este ano ainda não estão todos alugados, faltando três helicópteros ligeiros e dois anfíbios pesados, revelou hoje a Força Aérea, que está a avaliar todas as possibilidades de contratação.
“Relativamente aos meios aéreos ainda em falta, estão a ser avaliadas todas as possibilidades de contratação, sempre dependentes da disponibilidade do mercado e das verbas existentes e disponíveis para o efeito”, precisa a Força Aérea Portuguesa (FAP), numa resposta enviada à agência Lusa.
A FAP sublinha que “todas as soluções de contratação são possíveis”, tendo em conta “o calendário e a urgência que o mesmo determina”.
O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) para este ano prevê, para o período de 01 de junho a 30 de setembro, 72 meios aéreos, mais 12 do que em anos anteriores, mas este número está dependente de dois concursos públicos que terminaram em meados de abril.
Em causa estão um concurso público para o aluguer de 33 helicópteros ligeiros para o período de 2023 a 2024, que terminou a 13 de abril, e um outro para a contratação de dois aviões anfíbios pesados para este ano e quatro para 2024, que acabou a 14 de abril.
A Força Aérea refere que o concurso público para os 33 helicópteros ligeiros foi adjudicado a 28 de abril, enquanto o concurso para o aluguer de dois aviões anfíbios pesados para 2023 e quatro para 2024 não foi adjudicado devido à “exclusão das propostas recebidas por não se considerarem válidas, uma vez que não preenchiam os requisitos previstos”
No entanto e tendo em conta as propostas apresentadas, “em que nem todas são válidas e algumas ultrapassam os preços base para alguns dos lotes de meios aéreos propostos a concurso público”, a FAP sublinha que, dos 33 helicópteros ligeiros, foram adjudicadas propostas para 19 helicópteros, estando “a contratação de mais onze helicópteros em análise”.
A Força Aérea avança que, durante a próxima semana, “é previsível a identificação de opções de contratação dos meios aéreos em falta, designadamente três helicópteros ligeiros e dois aviões anfíbios pesados.
“Face ao calendário e à urgência que o mesmo determina, todas as soluções de contratação são possíveis, conquanto o mercado nacional e internacional tenha disponibilidade de meios aéreos e pilotos, e os preços apresentados se enquadrem dentro da disponibilidade financeira existente”, frisa.
O DECIR conta com um dispositivo permanente ao longo de todo o ano de 14 meios aéreos (10 helicópteros ligeiros e quatro aviões anfíbios ligeiros).
O primeiro reforço de meios de combate aos incêndios rurais vai acontecer a 15 de maio e FAP garante que é possível garantir os 34 meios aéreos previsto no DECIR para este ano.
No entanto e para 01 de junho, a Força Aérea estima que seja possível garantir 67 dos 72 meios aéreos previstos no DECIR.
Segundo o DECIR, o combate aos incêndios vai contar, a partir de 15 de maio, com 10.400 operacionais, número que aumenta para 11.761 em junho e sobe para 13.891 entre julho e setembro, quando o dispositivo estará na máxima força.
Os ministros da Administração Interna, da Agricultura e do Ambiente participaram hoje numa reunião do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) para conhecer e avaliar os indicadores meteorológicos dos próximos dias em Portugal e na Europa.
No final da reunião, o Ministério da Administração Interna refere, numa nota, que 2023 é “o mais severo em termos de risco de incêndio” dos últimos 20 anos, e a área ardida acumulada está acima da média dos últimos 16 anos (2006 a 2022), tanto em Portugal como na Áustria, Irlanda ou Espanha.
Lusa