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Movimento proTEJO elege equipa diretiva até 2020 e renova compromisso com o rio Tejo

26/02/2018 às 00:00
Paulo Constantino

O Movimento pelo Tejo - proTEJO elegeu no sábado uma nova equipa diretiva até 2020, com elementos representativos de toda a bacia do Tejo, tendo os ambientalistas anunciado a "renovação do compromisso contra a poluição do rio Tejo e dos seus afluentes".

O Conselho Deliberativo do proTEJO - Movimento Pelo Tejo, fundado em 2009 e que agrega 41 membros, entre associações ambientalistas, autarquias e cidadãos, reuniu em Vila Nova da Barquinha, no distrito de Santarém.

O seu porta-voz, Paulo Constantino, elencou à Lusa os desafios que se colocam aos objetivos globais de ter "um rio Tejo vivo e vivido" e que "passam pelas alterações climáticas, pela conectividade, qualidade e quantidade das águas, revisão dos caudais definidos na Convenção de Albufeira" e promoção de "debates, conferências e estudos de modelos para a retenção de água da bacia do Tejo", entre outros.

"Este é um trabalho que nunca acaba pelas dinâmicas próprias do planeta e pela própria ação do homem no meio ambiente onde vive, pelo que o trabalho de cidadania constante é cada vez mais importante para a preservação da qualidade dos habitats, no caso a fauna, a flora, e o combate a várias situações que afetam o próprio ser humano no usufruto deste recurso natural tão importante e que importa defender e preservar", frisou Paulo Constantino, dirigente que a partir de hoje passa a contar na estrutura com mais um porta-voz, num total de três.

A partir de hoje junta-se a Paulo Constantino e a José Moura, (da associação Ambiente em Zonas Uraníferas, de Nisa), como porta-vozes, Ana Brazão, do GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente), de Lisboa, que "detém um importante conhecimento técnico e científico enquanto coordenadora do projeto Rios Livres", notou, tendo apontado para uma das vertentes que o proTEJO quer colocar na agenda nos próximos tempos.

"Agora que se fala em transformar o rio Tejo num Alqueva, com a construção de açudes e barragens que permitam a navegabilidade e a cultura de regadio, importa debater e conhecer quer os problemas estruturais no rio decorrentes dessas construções, quer também da poluição, que advirá da produção agrícola", referiu o ambientalista.

Ana Brazão é especialista na questão dos impactos das barragens nos recursos naturais e "é uma mais valia para o proTEJO e para o debate que importa fazer", sublinhou, tendo feito notar que, com os três porta-vozes que hoje assumiram funções, e até 2020, o movimento fica com representantes de Vila Velha de Rodão, Castelo Branco (AZU), Lisboa (GEOTA), passando por Vila Nova da Barquinha, em Santarém (proTEJO).

O PROTEJO aprovou hoje a realização de várias iniciativas, entre elas uma concentração solidária para com Arlindo Marques e outros ativistas alvo de processos judiciais, a decorrer a 19 de maio junto ao cais fluvial de Vila Velha de Rodão. No mesmo dia decorrerá a sexta edição do 'Vogar contra a indiferença', no troço do Tejo entre Vila Velha de Rodão e as Portas de Rodão.

A realização de um concerto solidário para com Arlindo Marques, ativista alvo de um processo judicial em que a empresa de celulose Celtejo reclama 250 mil euros por difamação, e o estabelecer de uma parceria com a Amnistia Internacional são outras das ações referidas por Paulo Constantino.

O movimento pretende ainda lançar este ano uma campanha de sensibilização junto de escritores, músicos e humoristas, realizar jornadas sobre direito ambiental dirigidas a juristas e magistrados, promover uma conferência sobre caudais ecológicos da água e a Convenção de Albufeira, e um debate sobre as secas periódicas, as alterações climáticas e modelos alternativos às barragens no Tejo.

Para o biénio 2018-2020, João Machado, presidente da junta de freguesia de Vila Nova da Barquinha, foi hoje eleito presidente do Conselho Consultivo. José Louza, da Eco-Cartaxo, assumiu o lugar de presidente da Mesa do Conselho Deliberativo, contando com António Costa, do Movimento Cívico Ar Puro, de Rio Maior, como vice-presidente, e de Arlindo Marques, do proTEJO, como secretário, função que acumula com a de coordenador da rede de vigilância do Tejo.

Lusa

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