Portugal está a atravessar uma das mais severas ondas de calor dos últimos tempos, com temperaturas a atingir valores acima dos 40 °C em várias regiões. Este cenário levou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) a emitir avisos meteorológicos vermelhos, por exemplo, para os distritos de Bragança, Vila Real e Guarda, onde o calor extremo representa um risco significativo para a saúde pública e para segurança. O alerta máximo estará em vigor, até pelo menos, às 18:00 de sábado, altura em que se espera uma ligeira descida das temperaturas, reduzindo o nível de aviso para laranja. Entretanto, os distritos de Viseu e Castelo Branco também se encontram sob aviso laranja, enquanto o restante território continental, exceto Lisboa, Leiria e Faro, está sob aviso amarelo.
Perigo de Incêndios rurais
Esta onda de calor, caracterizada por temperaturas que poderão ultrapassar os 42 °C, baixa humidade relativa do ar, e fraca recuperação noturna, criou condições ideais para a ocorrência e rápida propagação de incêndios rurais. A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) lançou um conjunto de medidas preventivas para minimizar o risco de incêndios.
Entre as principais recomendações estão a proibição de queimadas extensivas sem autorização, a restrição do uso de fogo para a confeção de alimentos em áreas rurais e a interdição do uso de máquinas agrícolas que possam provocar faíscas. Estas medidas são particularmente importantes nas regiões do interior norte e centro e no Algarve, onde o perigo de incêndio foi classificado como muito elevado a máximo.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) recorda que, de acordo com as disposições legais em vigor é proibido fazer queimada extensiva sem autorização, nos dias de risco de incêndio muito elevado e máximo é proibido fazer queima de amontoados sem autorização ou sem comunicação prévia e ter especial cuidado na circulação e permanência junto de áreas arborizadas, estando atento para a possibilidade de queda de ramos e árvores, em virtude de vento mais forte.
É de igual forma proibido usar fogo para a confeção de alimentos em todo o espaço rural, salvo se usados fora das zonas críticas e nos locais devidamente autorizados para o efeito. Não é permitido fumigar ou desinfestar em apiários exceto se os fumigadores tiverem dispositivos de retenção de faúlhas e ainda usar motorroçadoras, corta-matos e destroçadores.
Alerta para os efeitos do calor intenso
A Direção-Geral de Saúde (DGS) emitiu também um alerta para os efeitos perigosos do calor intenso na saúde. A DGS sublinha a importância de medidas simples, mas eficazes para proteger a população, tais como a ingestão regular de água, mesmo na ausência de sede, e a permanência em ambientes frescos ou climatizados durante as horas mais quentes do dia. O uso de protetor solar com fator de proteção superior a 30, renovado a cada duas horas e após banhos na praia ou piscina, é fortemente recomendado, assim como o uso de roupas leves, claras e largas, chapéus e óculos de sol com proteção UV.
A DGS destacou ainda a necessidade de cuidados especiais para com os grupos mais vulneráveis, incluindo crianças, idosos, doentes crónicos, grávidas, pessoas com mobilidade reduzida e trabalhadores que realizam atividades no exterior. Estes grupos são particularmente suscetíveis aos efeitos do calor extremo, o que pode resultar em complicações graves de saúde, como desidratação, exaustão pelo calor e até golpes de calor. A recomendação é que estas pessoas evitem sair de casa nas horas de maior calor e procurem ambientes climatizados sempre que possível.
Adicionalmente, é aconselhado evitar a realização de atividades físicas ou de lazer no exterior durante as horas de maior calor e escolher horários mais frescos para viajar de carro. A DGS alerta ainda para o perigo de deixar crianças, idosos ou animais dentro de viaturas estacionadas ao sol, uma prática que pode ser fatal em condições de calor extremo.
O cenário meteorológico atual exige uma atenção constante e a adoção de comportamentos de prevenção. As autoridades recomendam que a população acompanhe a evolução das condições meteorológicas e que siga todas as instruções e avisos emitidos pelas autoridades competentes.
Cristiana Farinha