As Nações Unidas querem que até 2030 as áreas protegidas cubram 30% da Terra, incluindo oceanos, para defender a biodiversidade do planeta, segundo um documento divulgado hoje.
O documento é a primeira versão de uma proposta que irá ser discutida na 15.ª reunião da Convenção da ONU sobre a diversidade biológica (COP15), marcada para a cidade de Kunming, na China, em outubro deste ano e que é considerada crucial para definir um roteiro de proteção dos ecossistemas.
A versão preliminar do texto a ser negociado na COP15, prevê nomeadamente “a proteção de sítios de especial importância para a biodiversidade através de áreas protegidas e outras medidas efetivas de conservação por região”, cobrindo “pelo menos 30% das áreas terrestres e marinhas, com pelo menos 10% sob estrita proteção” até 2030. As percentagens são para serem negociadas na COP15.
Organizações não governamentais já se manifestaram preocupadas com a falta de qualquer menção à eficácia da gestão desses espaços.
Outra medida visa “reduzir a poluição causada pelo excesso de nutrientes, biocidas, resíduos de plástico e outras fontes de poluição em pelo menos 50% até ao final da década”.
O texto retoma as conclusões dos especialistas em biodiversidade da ONU. Num grande relatório publicado em maio de 2019 os especialistas destacaram o papel da agricultura, desmatamento, caça e pesca, alterações climáticas, poluição e espécies invasoras na degradação acelerada da natureza.
A Convenção sublinha também a importância de soluções baseadas na natureza para atender às metas do acordo de Paris sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa.
Especialistas em biodiversidade vão reunir-se em várias ocasiões durante este ano, uma delas entre 15 e 22 de fevereiro na Índia, na XIII Conferência das Partes da Convenção de Espécies Migratórias e Animais Selvagens.
De 23 a 28 de fevereiro reúne-se em Davos, na Suíça, o Fórum Mundial da Biodiversidade. E pela mesma altura (24 a 28 de fevereiro) realiza-se na China a primeira reunião preparatória da COP15.
De 02 a 06 de junho Portugal e Quénia acolhem de forma conjunta, em Lisboa, a Conferência dos Oceanos da ONU.
Lusa