Os participantes da Conferência da Água, que chegou ontem ao fim em Nova Iorque, prometeram 300 mil milhões de dólares (278,7 mil milhões de euros) nos próximos anos para projetos de proteção e sustentabilidade de recursos hídricos.
O anúncio foi feito pelo presidente da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), Csaba Korosi, que na sessão de encerramento da conferência disse estar "espantado" com a solidariedade demonstrada pelos participantes, incluindo Governos (nacionais, regionais e locais), organizações multilaterais, instituições financeiras e diversas organizações não-governamentais.
No entanto, Korosi não deu detalhes sobre os diferentes projetos e os montantes prometidos para cada um, lembrando também que os compromissos assumidos até ao final da conferência (689 no total até à tarde de sexta-feira, embora a lista se mantenha aberta até 01 de maio) não têm caráter vinculativo.
Um dos poucos resultados tangíveis da conferência foi, como todos esperavam, o anúncio de uma nova figura de “enviado especial para a Água”, cargo que reportará diretamente ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e cuja identidade ainda é desconhecida.
No total, 149 países solicitaram a formalização dessa figura, entendendo que somente um cargo de alto escalão dentro da estrutura da ONU seria capaz de coordenar as diferentes agências e divisões da organização para integrar a água como elemento fundamental em todos os seus programas.
No seu ‘briefing’ diário à imprensa, o porta-voz da Secretaria-Geral da ONU, Farhan Haq, deu a entender que ainda é prematuro pensar em quem poderá ocupar esse cargo.
No seu discurso de encerramento da conferência, António Guterres afirmou que a partir de agora a água "deve estar no centro da agenda política global" porque está relacionada com questões tão vitais e urgentes como a saúde, a higiene, a paz, o combate à pobreza e geração de empregos.
Além disso, “a água une a todos nós”, enfatizou.
Nesse sentido, a água “merece um lugar como direito humano fundamental”, insistiu.
Com início na passada quarta-feira, esta Conferência da Água - a primeira do género desde 1977 - foi organizada pelos Países Baixos e pelo Tajiquistão e procurou compromissos de todo o mundo para uma transformação radical na forma como a água é gerida.
Além das sessões plenárias, o encontro contou com diálogos sobre temas específicos como "Água e Saúde", "Água e Desenvolvimento Sustentável" ou "Água e Mudanças Climáticas" e cerca de 550 eventos paralelos, tanto no complexo da ONU quanto em outras zonas de Nova Iorque.
Portugal esteve representado na conferência pelo ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, que disse à Lusa que Portugal foi chamado a partilhar com outros países as suas experiências ao nível de gestão de rios internacionais.
Lusa