A morte de duas idosas numa casa de acolhimento ilegal em Riachos, no concelho de Torres Novas (Santarém), está a ser investigada pela Polícia Judiciária (PJ) de Leiria, para averiguar se existiu crime.
O coordenador do Departamento de Investigação Criminal da PJ de Leiria, Fernando Jordão, disse hoje à Lusa que, desde quarta-feira, estão a ser realizadas diligências e a ser ouvidas pessoas para se apurar se a morte das duas idosas, de 92 e 90 anos, decorreu de alguma conduta criminosa.
Também em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira, adiantou que nesta casa de acolhimento, em situação “completamente irregular”, se encontravam quatro idosas, estando as duas sobreviventes bem, depois de terem passado a noite na unidade de Torres Novas do Centro Hospitalar do Médio Tejo, aguardando agora colocação em casas de familiares ou numa estrutura referenciada pela Segurança Social.
Sublinhando a sua surpresa com a existência desta habitação, num prédio de apartamentos, situado junto a um bairro da vila de Riachos, sem as condições mínimas para funcionar como casa de acolhimento, Pedro Ferreira disse aguardar pelos relatórios da PJ, da Segurança Social e da Autoridade de Saúde Local para esclarecer o que de facto se passou.
A primeira idosa terá morrido na terça-feira e a outra na quarta-feira, dia em que foi feita uma chamada para o 112.
No acompanhamento que é feito aos elementos dos bombeiros chamados para recolher os cadáveres, a GNR entendeu estar perante uma situação anómala, tendo a investigação sido entregue à PJ de Leiria, referiu.
Pedro Ferreira afirmou que a principal preocupação da delegada de saúde foi com as duas idosas, na casa dos 80 anos, transportadas para o hospital de Torres Novas, onde foram avaliadas e lhes foi feito o teste da covid-19, o qual deu resultado negativo.
O alerta para o 112 terá sido dado por um familiar que quis retirar uma das idosas da casa de acolhimento ilegal, encontrando resistência por parte da proprietária, o que acabou por despoletar a situação, disse à Lusa o presidente da Junta de Freguesia de Riachos.
José Júlio afirmou que a casa se situa num prédio já um pouco afastado do Bairro Sópovo e que estaria em funcionamento, de forma clandestina, sem que os vizinhos se apercebessem, há cerca de três meses.
Lusa