A Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) lançou dois manuais técnicos que alertam para o facto de os incêndios contribuírem para a expansão de espécies invasoras.
Esta instituição de ensino superior lançou duas publicações sobre a relação entre o fogo e duas espécies de plantas invasoras que se têm expandido em território nacional, sobretudo no Norte e Centro - a acácia-mimosa e a háquea-picante, afirma a Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Coimbra, numa nota de imprensa enviada hoje à agência Lusa.
A ESAC desenvolveu um projeto em parceria com seis outras entidades, intitulado “Fogo e Invasoras”, que contou com financiamento do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020), através da linha Grupos Operacionais.
O projeto de investigação foi coordenado pelo professor desta instituição de ensino superior, Joaquim Sande Silva, ao longo de cinco anos.
Os resultados deste trabalho estão agora reunidos em duas publicações, uma de caráter técnico e outra de divulgação e sensibilização, destinadas, respetivamente, a gestores e a proprietários florestais.
“Uma das hipóteses de partida do projeto era a possibilidade de utilizar o próprio fogo para controlar estas espécies, no entanto, esta hipótese apenas se confirmou para uma das espécies”, refere a ESAC na mesma nota.
Os resultados apontam para o uso de técnicas de corte conciliadas com a queima no caso da háquea-picante, mas rejeitam fortemente esta possibilidade no caso da acácia-mimosa.
“O manual técnico inclui recomendações para os técnicos e os proprietários que realizam queimadas e ações de fogo controlado, dado poderem com essas ações, muito generalizadas no país, contribuir para a expansão das duas espécies em causa, de forma inadvertida”, acrescenta.
Ambas as publicações estão disponíveis ‘online’, no ‘site’ da ESAC, através do ‘link’ https://www.esac.pt/index.php/investigacao/projetos-de-id/.
A acácia-mimosa e a háquea-picante são duas espécies invasoras originárias da Austrália, que se têm vindo a expandir em Portugal.
Lusa