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ProTejo consegue apoios para custas judiciais de ambientalista

16/03/2018 às 00:00

O Movimento Pelo Tejo (proTEJO) alcançou hoje o objetivo de angariar 21.885 euros numa campanha de 'crowdfunding' para apoiar as custas judiciais do ambientalista Arlindo Marques, a quem uma empresa de celulose reclama 250 mil euros de indemnização.

A campanha de financiamento lançada pelo proTEJO, com sede em Vila Nova da Barquinha, distrito de Santarém, sob o mote "Somos Todos Arlindo Marques", começou a 16 de janeiro e terminou hoje às 18:00, propondo-se recolher 21 885 euros, valor que no site PPL cobre um orçamento com várias despesas inscritas que vão desde as custas processuais ao pagamento dos advogados, tendo encerrado com 101% do objetivo, ou seja, 22 mil euros provenientes de 632 apoiantes.

Na quinta-feira, a plataforma registava contributos na ordem dos 19 mil euros.

Esta meta foi definida com um orçamento distribuído por comissões, custas processuais, advogados, pareceres e perícias de especialistas, deslocações, recursos judiciais e 't-shirts' exclusivas da campanha a oferecer aos apoiantes com donativos superiores a 50 euros.

Ao acusar a Celtejo-Empresa de Celulose do Tejo, do Grupo Altri, de responsável pela poluição do rio, a empresa de celulose instaurou no Tribunal de Santarém um processo contra o ambientalista, guarda prisional de profissão, reclamando uma indemnização de 250 mil euros por "difamação", alegando ofensas à sua credibilidade e bom nome.

"É uma grande vitória do Arlindo, do proTEJO, e de muita gente que se revê na causa ambientalista em defesa do rio Tejo, milhares de pessoas que assumiram esta luta como sua, contribuindo nesta campanha para a sua defesa", disse à Lusa Paulo Constantino, porta-voz do proTEJO, pouco depois de conhecidos os resultados finais da campanha.

"Foram 632 a contribuir diretamente na plataforma, com montantes significativos, mas a esses há que juntar mais cerca de 2 mil pessoas que contribuíram através de almoços e espetáculos solidários, venda de 't-shirts', donativos ofertados em cafés e até contributos entregues em mão. Todo esse dinheiro resultante das várias iniciativas foi depositado na conta da campanha, tendo hoje sido alcançado o objetivo", afirmou, manifestamente agradado com os gestos de solidariedade.

O financiamento colaborativo irá, assim, suportar a defesa em tribunal de Arlindo Marques, acrescentou Paulo Constantino, sendo que o valor não utilizado no âmbito do processo será destinado à restauração fluvial do rio Tejo.

"Se o desfecho final do processo for favorável ao Arlindo Marques, o dinheiro angariado será investido na restauração fluvial do Tejo, repovoamento de espécies piscícolas, e, talvez, na aquisição de uma sonda para o Arlindo aferir da qualidade da água na sua condição de vigilante do Tejo", acrescentou, tendo feito notar que a verba angariada vai ser gerida pelo ambientalista e fiscalizada pelo Movimento Pelo Tejo.

"Este feito é um grande sinal da mobilização das pessoas, é um incentivo enorme para o proTEJO e uma motivação adicional para o Arlindo Marques e para todos os que acreditam e lutam por uma resolução dos problemas que afetam o rio Tejo", enfatizou.

Natural de Ortiga, no concelho de Mação, freguesia ribeirinha do Tejo, com o qual conviveu toda a sua vida, Arlindo Marques é ambientalista, membro e secretário da mesa do Conselho Deliberativo do proTEJO, movimento que desencadeou o processo de crowdfundig que começou a 16 de janeiro e terminou hoje, sexta-feira, às 18:00, com sucesso.

Lusa

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